Dia Nacional e Europeu da Luta Contra a Obesidade: “a população continua a crescer para os lados”
No passado dia 20 assinalou-se o Dia Nacional e Europeu da Luta Contra a Obesidade, que teve como tema “Juntos Combatemos a Obesidade”. Entrevistámos Carlos Oliveira, presidente da Adexo, sobre as preocupações que enfrentam agora as pessoas que sofrem da doença, sobre a prevenção e também sobre o tratamento, que se tem mostrado ineficiente. O dia foi promovido pela Associação de Doentes Obesos e ex obesos (Adexo) e pela Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO).
“Continuamos a ter um problema que não é fácil de resolver: a obesidade além de ser uma doença biológica por si só, tem associada a ela uma série de outras doenças que reduzem a esperança de vida do indivíduo”, alerta o presidente da Adexo.
Portugal tem, neste momento, três milhões de pessoas com excesso de peso, das quais 1,5 milhões são obesas e 350.000 são super-obesas – o que faz do nosso país um dos que têm uma maior taxa de obesidade na União Europeia. A prevalência desta doença tem aumentado em todo o mundo e é já considerada uma pandemia: estima-se que, em 2025, mais de 50% da população mundial venha a ser obesa caso não sejam adotadas medidas de controlo.
Portugal tem, neste momento, três milhões de pessoas com excesso de peso, das quais 1,5 milhões são obesas e 350.000 são super-obesas – o que faz do nosso país um dos que têm uma maior taxa de obesidade na União Europeia. A prevalência desta doença tem aumentado em todo o mundo e é já considerada uma pandemia: estima-se que, em 2025, mais de 50% da população mundial venha a ser obesa caso não sejam adotadas medidas de controlo
Neste momento, para a associação, o principal objetivo é juntar sociedades médicas e associações de doentes de diversos países para reforçar, junto dos decisores políticos, a importância dos programas de tratamento da obesidade e, por isso, o tema: “Juntos combatemos a obesidade”. Consideram que na equação que vai ajudar a prevenir e a tratar os doentes, ainda estão a faltar os decisores políticos.
“As listas de espera são enormes, há listas de espera de três anos”, o que resulta em mortes que provavelmente poderiam ter sido evitadas: segundo a Adexo, têm morrido pessoas que estavam à espera de tratamento. Isto acontece porque, de acordo com o presidente da associação, os hospitais não se sentem ressarcidos pelo trabalho que fazem no tratamento da obesidade. Para além disso, neste momento só existem oito hospitais a tratar a doença: um problema que vem já desde 2011, ano em que o ministro da saúde, Paulo Macedo, “orçamentou zero para dar continuidade ao programa implementado pela ministra Ana Jorge, que contava com 19 hospitais a trabalhar no tratamento da obesidade”.
Por outro lado, a associação critica também a falta de prevenção. Consideram que as medidas necessárias não estão a ser postas em prática: “são necessárias regras e não recomendações. Recomendações já se percebeu que não funcionam”. Considera Carlos Oliveira que, por exemplo, não faz sentido taxar comida altamente calórica sem que ao mesmo tempo se desagrave as taxas da comida saudável: “essa medida, é apenas uma medida económica, não é uma medida de prevenção”.
Por isso, no passado sábado, foram dinamizadas várias atividades lúdicas e desportivas gratuitas, assim como aconselhamento nutricional, rastreios, treino funcional e aulas de ginástica. O dia coincidiu com o término do Congresso Europeu de Obesidade 2017, onde foram apresentados alguns números sobre a prevalência da doença nos adolescentes: os adolescentes portugueses estão entre os mais obesos da Europa, o que, para o presidente da ADEXO, é muito grave, já que “podemos estar a criar a geração que pode morrer antes dos pais’’.
Por Margarida Queiros