Dia do Cuidador: há mais de dois milhões de pessoas dependentes de cuidados continuados
Reconhecendo o papel diferenciador de todos aqueles que, no seu dia-a-dia, prestam cuidados aos seus familiares, sobretudo aos mais idosos, a Lindor Ausonia e a Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia (SPGG) associaram-se para assinalar o Dia do Cuidador que se celebra hoje, dia 5 de novembro.
Para o fazer criaram a campanha “Um cuidador faz toda a diferença”, no sentido de informar e consciencializar a sociedade para o trabalho destas pessoas. A apresentadora Andreia Rodrigues foi convidada, pelo terceiro ano, como embaixadora da marca para esta ação, uma vez que tem também assumido o papel de cuidadora da sua avó. Em Portugal, são mais de dois milhões o número de pessoas que são dependentes de alguém e requerem continuidade de cuidados.
Maria João Quintela e Andreia Rodrigues. Fotografia de Rui Elias
“Todas estas pessoas requerem ajuda de um cuidador, cuja dedicação e cuidado normalmente começa por ser prestado por um familiar e que socialmente, é uma função raramente reconhecida. A esperança de vida tem aumentado em Portugal, tendo como consequência um aumento exponencial de população idosa. Mais cedo ou mais tarde todos nos tornaremos cuidadores, e um dia necessitaremos de quem cuide de nós” refere Maria João Quintela, Vice-Presidente da Sociedade Portuguesa de Geriatria e Gerontologia e Presidente da Associação Portuguesa de Psicogerontologia.
A definição de cuidador abarca um largo espectro de pessoas. Em sentido plural, “devemos desde logo identificar aqueles que desempenham este papel no exercício das suas profissões, como é o caso dos médicos, dos enfermeiros, dos técnicos de serviço social, mas há também, os familiares, que apoiam os seus ascendentes e descentes mais próximos no sentido de terem qualidade de vida, e no caso particular da 3ª idade, para que sejam providenciadas condições para que estes tenham cuidados de excelência e de envelhecimento ativo, e possam ser integrados de forma transversal na sociedade”, explica Maria João Quintela.
“Os cuidadores são pessoas cuja dedicação e carinho merecem todo o respeito e reconhecimento”
No caso não profissional a função do cuidador é de extrema importância, uma vez que dedica parte do seu tempo a cuidar dos seus familiares, nomeadamente dos mais idosos, “independentemente do esforço físico e psicológico que lhes é exigido com o desempenho destes deveres”. Preparar a comida, vestir, dar banho, realizar um conjunto de funções administrativas ou acompanhar o doente ao médico, são apenas algumas das tarefas do dia-a-dia do cuidador.
Por isso, a SPGG e a Lindor Ausonia alertam para a necessidade de valorizar a função de cuidador, a qual, segundo a entidade responsável, está em mais de 90% dos casos atribuída a indivíduos do sexo feminino. São estes cuidadores, muitas vezes familiares, que dão início aos cuidados e que dia após dia, vão adquirindo competências e conhecimentos que resultam da sua experiência, apesar de não beneficiarem do estatuto de profissionais.