“Challenge em Asma&DPOC” mais um desafio Menarini
Decorreu, no Luso, entre os dias 10 e 11 de fevereiro, mais uma edição do Challenge DPOC, uma reunião de formação da responsabilidade da Menarini Portugal e dirigida a especialistas da Medicina Geral e Familiar. Os palestrantes foram, como é habitual, Eurico Silva, Rui Costa e Paula Pinto.
Na perspetiva de Rui Costa, a inexistência de espirometria é um dos grandes entraves ao diagnóstico no âmbito dos Cuidados de Saúde Primários (CSP). De acordo com o Presidente do Grupo de Estudos de Doenças Respiratórias (GRESP), o diagnóstico da doença tem que ser documentado com a espirometria. Não é suficiente a suspeita do médico face às queixas e a avaliação clinica do doente. “É preciso confirmar a existência de uma obstrução”. Na realidade, a implementação de uma rede de espirometria nos CSP está prometida e “a acessibilidade tem vindo a melhorar”. Contudo, “é preciso que os médicos de família aprendam não só a fazer a espirometria mas também a interpretá-la”. Essa foi também uma das missões deste Challenge DPOC, no qual “ensinamos a ler os resultados de uma espirometria”.
Rui Costa defende que este tipo de formação tem um papel duplo “por um lado, auxilia os médicos de família a fazer um diagnóstico correto, a fazer uma boa avaliação da doença e a implementar o tratamento mais adequado, por outro lado sensibiliza-os para a extrema necessidade de formar os doentes para a correta utilização dos inaladores e isso é fundamental”. “É destas formações práticas e interativas que os médicos de família precisam para ganharem conhecimentos que podem aplicar na sua prática clinica”, concluiu.
Após a confirmação do diagnóstico, a escolha do tratamento mais adequado para cada doente é, na opinião da pneumologista Paula Pinto, o grande desafio na abordagem da DPOC. “De acordo com as recomendações GOLD, a decisão terapêutica deve assentar na sintomatologia do doente, principalmente a dispneia, e no risco de exacerbações que está muito relacionado com o risco de mortalidade”, explicou. A terapêutica de base passa pela broncodilatação, havendo uma tendência crescente para o uso de dupla broncodilatação em fases mais precoces da doença, sendo que, “mais de 90% dos doentes que estão medicados só com um broncodilatador mantêm sintomas ao longo do dia” . No que toca aos corticoides inalados, “a sua utilização está cada vez mais direcionada para doentes que apresentam uma carga inflamatória mais acentuada ou ACOS (asma+DPOC)”.
DISPOSITIVOS: COMO USAR?
Eurico Silva tem um papel crucial nestas sessões promovidas pela Menarini, uma vez que é ele o responsável por toda a parte prática do curso, o seja, pela demonstração da correta utilização dos dispositivos inalatórios. De acordo com o especialista, o médico tem também um papel de destaque nesta correta utilização, pois “o médico só poderá explicar corretamente, se ele próprio o souber usar” referindo que não é um processo tão simples como tomar um comprimido. A prescrição da medicação inalada implica ensino, formação e revisão. Este processo acaba por ser complexo, tendo em conta que existem inúmeros dispositivos e cada um deles é aplicado de forma diferente.
O dispositivo inalatório é um dos elementos decisores na hora de escolher a melhor decisão terapêutica para cada doente, “temos de procurar dispositivos que nos deem total segurança e que o doente tenha facilidade em utilizar”, adiantou o especialista de Medicina Geral e Familiar, acrescentando que “se o doente não usar corretamente o dispositivo, o tratamento acaba por não ser eficaz”.
Por Rita Rodrigues