Dia internacional da Leucemia Mieloide Crónica assinala-se a 22 de setembro
A Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) assinala-se hoje, 22 de setembro, o Dia Internacional da Leucemia Mieloide Crónica, com um vídeo em que deixa, na primeira pessoa, uma mensagem de esperança a doentes e cuidadores. Esta iniciativa de sensibilização da população portuguesa conta com o apoio da empresa farmacêutica Novartis.
“Tenho uma vida completamente normal, não faço qualquer tipo de tratamento (…) é como se eu fosse uma «não doente». Sou uma pessoa que não tem cancro”, explica Michelle Búrigo, advogada.
Michelle Búrigo foi a primeira mulher em Portugal a ter uma bebé enquanto estava ainda em fase de tratamento da Leucemia Mieloide Crónica, tendo escolhido avançar com a sua primeira gravidez e manter em simultâneo o tratamento.
Já na segunda gravidez, planeada, Michelle Búrigo, em conjunto com o seu médico, optou por interromper os tratamentos, visto que a doença já se encontrava controlada. Após o nascimento da segunda filha não foi necessário retomar a terapêutica, explica a advogada no vídeo que a APCL divulga.
“A Leucemia Mieloide Crónica é uma doença do sangue, rara, que afeta, aproximadamente, uma a duas pessoas em cada 100.000, todos os anos. Esta doença representa cerca de 15% das leucemias em adultos”, explica Francesca Pierdomenico, hematologista no Instituto Português de Oncologia de Lisboa.
Apesar de ser mais comum em adultos entre os 40 e 60 anos, a Leucemia Mieloide Crónica pode manifestar-se em qualquer faixa etária. A doença é, muitas vezes, assintomática na fase inicial e detetada apenas em análises de rotina.
“Hoje em dia, graças à evolução das últimas quatro décadas, uma pessoa com Leucemia Mieloide Crónica com a terapêutica adequada pode ter uma sobrevivência semelhante à de alguém saudável, que não tem a doença”, explica a hematologista Francesca Pierdomenico.
O vídeo que a APCL publica nas suas redes sociais encerra com uma forte mensagem de esperança para estes doentes: “Uma pessoa diagnosticada com Leucemia Mieloide Crónica é normal e tem um mundo de esperança à sua frente”, conclui Michelle Búrigo, sublinhando a importância de ter esperança no futuro.