“Papel do doente informado” em destaque no 13º encontro Inspired Evolution
No próximo dia 9 de fevereiro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, realiza-se a 13ª edição do Inspired Evolution. Este encontro é da responsabilidade da farmacêutica Roche e irá juntar especialistas nacionais e internacionais. Os desafios dos novos medicamentos para o cancro do pulmão, o diagnóstico, as novidades no rastreio, o perfil genómico, os tratamentos do presente e futuro, são alguns dos temas em destaque nesta reunião.
O papel do doente informado, assume destaque este ano por ser cada vez mais uma realidade nacional. Como confirma Encarnação Teixeira, pneumologista do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Hospital Pulido Valente, “os doentes têm mais informação e gostam de participar nas decisões de tratamento, algo que não acontecia há alguns anos”. É com a experiência conferida por mais de 20 anos de trabalho na área do tratamento do cancro do pulmão que a especialista reforça que as mudanças são muito grandes a este nível, tendo-se passado de um cenário de doentes que aceitavam sem questionar para outro diferente. “A partilha de conhecimento e decisões entre o clínico e o doente está muito melhor. Ainda que a decisão de tratamento continue a ser baseada na evidência, o doente hoje questiona, quer saber quais as opções terapêuticas, quer saber pormenores sobre a doença. E ainda bem”.
Os desafios no tratamento do cancro do pulmão vão também ser alvo de debate. Desafios que Encarnação Teixeira conhece bem. “Aquilo que o médico deseja é o medicamento certo para o doente certo, no momento certo. E cada vez mais temos terapias personalizadas, ou seja, temos esse medicamento certo. O que nem sempre acontece é termos acesso atempado às terapias inovadoras”. E este é, reforça, um dos maiores desafios para os médicos. “Apesar de ser cada vez mais a inovação, nem sempre o acesso a esta acontece no tempo desejado. É preciso maior rapidez nas aprovações”, alerta.
Para o futuro, a especialista espera o reforço da investigação nesta área, até “porque quanto mais longe for a investigação, maior será a probabilidade desta se aplicar à prática.” Não tem dúvidas que a evolução vai continuar, no caminho de uma medicina cada vez mais personalizada. “Aumenta o número de biomarcadores que nos orientam na terapêutica e acredito que o futuro vai passar, muito provavelmente, pela combinação de terapêuticas, sendo o objetivo prolongar a vida dos doentes, mas sem agravar a sua qualidade de vida, que é o que os doentes desejam.”
Um futuro cada vez mais próximo graças a encontros como o Inspired Evolution e a sua “variedade de temas enriquecedores” que, segundo Encarnação Teixeira, “permite que os especialistas se juntem para uma troca de experiências fundamental. E só assim é que conseguimos avançar”.
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