Dermatite atópica atinge cerca de 20% das crianças
Realiza-se, no dia 18 de abril, no Hotel Meliá Ria, em Aveiro, a 19.ª Reunião da Primavera da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC). Destinada a todos os sócios médicos da sociedade científica, este ano a reunião será dedicada ao tema da dermatite atópica – uma doença inflamatória cutânea que atinge até 20% das crianças e 2 a 5% dos adultos.
“Na última década surgiram grandes avanços científicos nesta área e novos tratamentos, motivos pelos quais decidimos dedicar o tema da Reunião de Primavera a esta patologia. O objetivo é dotar os médicos especialistas em Imunoalergologia de todo o know how científico para tratarem os seus doentes” refere Cristina Lopes, coordenadora do Grupo de Interesse de Alergia Cutânea da SPAIC.
Caraterizada por secura, descamação da pele e comichão, a dermatite atópica interfere na qualidade de vida dos doentes, tal como a especialista em Imunoalergologia reforça: “nas formas moderadas a graves tem um grande impacto psicossocial: estes doentes têm, muitas vezes, fobia social, principalmente quando a dermatite atinge a face e as mãos. Além disso, dormem mal porque o sono é afetado pela comichão – tendo, depois, menor capacidade de concentração e conduzindo a um menor rendimento escolar e laboral. Depois, estes doentes têm ardência e dor associada nas lesões mais extensas, essencialmente na fase aguda, e que surgem quer de forma espontânea, quer quando em contato com substâncias que possam ser irritativas (às vezes basta um tecido mais áspero)”.
Para Cristina Lopes os imunoalergologistas têm, na abordagem destes doentes, um papel essencial pois “conseguem ver a dermatite atópica como a doença sistémica que é e não apenas uma doença confinada à pele. O imunoalergologista é um especialista que consegue tratar no mesmo individuo, em todo o seu percurso de vida, todas as comorbilidades alérgicas que acompanham a dermatite”.
Os mecanismos que provocam e perpetuam a doença, as formas de diagnóstico, os novos tratamentos e o ponto de situação em Portugal relativo ao registo dos doentes com patologia mais grave são alguns dos principais temas que serão abordados nesta reunião. “Será certamente uma ótima oportunidade para atualizar conceitos e para fomentar a troca de experiências e perspetivas”, conclui a médica especialista.