Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal divulga novas tabelas de contagem de hidratos de carbono
No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, que se assinala a dia 16 de outubro, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) apresenta as novas tabelas de contagem de hidratos de carbono. Além da atividade física e da medicação, a associação defende que uma alimentação saudável e equilibrada faz parte do tratamento das pessoas com diabetes e é fundamental para garantir um controlo glicémico.
“O objetivo de uma pessoa com diabetes é controlar e estabilizar os níveis de glicose no sangue. É crucial garantir uma alimentação mais equilibrada, evitar o pior controlo glicémico e reduzir o risco de obesidade e de doença cardiovascular. As novas tabelas de contagem de hidratos de carbono são assim fundamentais para uma melhor gestão dos alimentos que se vão transformar em glicose, como os alimentos ricos em hidratos de carbono.” esclarece João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.
“A contagem de hidratos de carbono é uma ferramenta de planeamento alimentar, que foca os hidratos de carbono como o principal nutriente com efeito na glicemia após as refeições. Este método tem vindo a ser cada vez mais utilizado em pessoas com diabetes tipo 1, com esquemas de insulina intensivos, nos quais a dose de insulina de ação rápida é ajustada de acordo com a quantidade de hidratos de carbono de cada refeição. Esta ferramenta requer um ensino e treino realizados em contexto de consulta por um nutricionista integrado na consulta de diabetes.”, explica Maria João Afonso, coordenadora do Departamento de Nutrição da APDP.
Para a correta contagem de hidratos de carbono, a APDP recomenda a pesagem dos alimentos, a leitura dos rótulos e a utilização dos materiais recomendados na consulta de nutrição, para conferir a quantidade de hidratos de carbono que serão consumidos durante a refeição e reforça que a quantidade total de hidratos de carbono ingeridos deve ser sempre controlada por um nutricionista, sendo que esta será diferente para cada pessoa, dependendo de vários fatores, como a idade, o peso e o nível de atividade física, entre outros.
A associação reforça ainda que é importante ter em conta a rapidez de absorção dos alimentos. Devem ser incluídos alimentos de absorção lenta em cada refeição, para que haja uma elevação mais lenta e gradual da glicemia. Já relativamente aos hidratos de carbono presentes em salgados e doces, a sua ingestão deve ser minimizada, uma vez que, apesar de serem contabilizados os hidratos de carbono, estes produtos são na sua maioria ricos em gordura e calorias. Isto poderá ter um efeito negativo no peso, nos níveis de glicose e de colesterol, acabando por dificultar o controlo da diabetes.