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Asma e gravidez: as respostas às suas dúvidas no Dia Internacional da Mulher

Asma e gravidez: as respostas às suas dúvidas no Dia Internacional da Mulher

No âmbito do Dia Internacional da Mulher, assinalado hoje, 8 de março, partilhamos o artigo de opinião de Rita Aguiar, imunoalergologista  e membro da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica. Ao ser uma doença respiratória crónica, para a qual não existe cura, são várias as dúvidas colocadas durante a fase da gravidez – desde um possível agravamento da doença, a manutenção da medicação (e os seus possíveis efeitos) e sobre a fase da amamentação.

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A gravidez pode agravar a asma?

A asma não impede uma gravidez normal, assim como a gravidez não altera a necessidade de controlar a asma.

Porém, a gravidez é por si só um tempo de grande stress físico e emocional, o que se acentua se a grávida tem asma, especialmente se a doença não estiver controlada.

Ao longo da gravidez cerca de 1/3 das mulheres asmáticas mantém-se estável, 1/3 tem agravamento sintomático e 1/3 apresenta melhoria clínica. Contudo, alguns estudos recentes apontam para que o número de exacerbações possa estar subestimado, podendo atingir 36-45% dos casos de asma na gravidez.

O que é realmente importante é saber que o curso da asma pode alterar-se durante a gravidez e que, a maioria das mulheres com asma controlada tem uma gravidez absolutamente tranquila.

Por este motivo, deve ser mantido o seguimento regular em Consulta e ouvir atentamente os conselhos do seu alergologista!

 A medicação da asma é segura durante a gravidez?

Sim! Este constitui um dos grandes mitos e crenças difundidas no tratamento da asma…

Muitas asmáticas, por medo e por vezes por orientação clínica incorreta, suspendem a medicação que vinham fazendo e com a qual estavam controladas, o que vai ocasionar um agravamento, com aparecimento de crises de asma.

Os medicamentos antiasmáticos utilizados, designadamente os corticoides inalados, são seguros durante a gravidez, acarretando grandes benefícios e riscos muitíssimo baixos. Não se deve interromper o tratamento, de modo a evitar uma crise, já que advém maior risco para a mãe e para o feto de uma asma mal controlada do que do uso da terapêutica inalatória.

Os medicamentos a usar durante a gravidez não são diferentes e a estratégia terapêutica deve ser igual à utilizada previamente.

O baixo controlo da asma durante a gestação tem sido relacionado com o aumento da possibilidade de o recém-nascido ser prematuro ou apresentar baixo peso ao nascer. Em relação à mãe com asma mal controlada, é maior a ocorrência de hipertensão e pré-eclâmpsia.

As grávidas a realizar imunoterapia com alergénios (vulgarmente conhecida como vacina anti-alérgica) não devem suspender este tratamento caso estejam em fase de manutenção. Nunca deve ser iniciada durante a gestação!

E na amamentação? A medicação administrada por via inalatória não passa para o leite materno em quantidades suficientes para ter algum efeito no bebé. Não constitui uma contra-indicação, para amamentar. Assim, a mãe asmática deve, como todas as outras, amamentar o seu bébé, pois vai, além de todos os benefícios já conhecidos, poderá protegê-lo do desenvolvimento de doenças alérgicas.

A avaliação da medicação habitual antialérgica é fundamental, para que se possam fazer ajustes terapêuticos tendo em conta os fármacos recomendados como seguros no período gestacional e puerpério.

O tratamento da asma na gravidez é um desafio! Informe-se junto da sua equipa de saúde!

Viva bem, viva melhor este Dia da Mulher!

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