Petição de associações de doentes exigem acesso generalizado a autotestes à Covid-19
Várias associações de doentes lançaram uma petição para que todos os portugueses possam ter acesso aos chamados autotestes rápidos à Covid-19. O documento que conta já com mais de mil subscritores e pretende chegar aos 5 mil na próxima segunda, começa por ressaltar a importância dos testes rápidos de antigénio, enquanto um “complemento necessário para a implementação de uma estratégia nacional eficaz de combate à pandemia da Covid-19, permitindo um desconfinamento mais seguro”.
Rapidez, facilidade e a questão económica que aponta para valores 12 a 20 vezes inferior, quando comparados com os testes laboratoriais, são alguns dos argumentos apresentados no documento que justifica ainda que “perante a lentidão do processo de vacinação e no contexto da falta de vacinas a nível europeu, é necessário uma deteção ativa e reforçada de todos os casos positivos para que o processo de desconfinamento seja feito com a maior segurança possível”.
Alemanha, Suíça e Inglaterra são alguns dos exemplos que têm surgido na comunicação social e que voltam nesta petição ser referência na esperança que Portugal siga o exemplo dos países que apostam no auto-teste, distribuindo testes pela população. “Se queremos que os cidadãos portugueses sejam verdadeiros agentes de saúde pública, temos de lhes dar as ferramentas para ajudar. As pessoas infetadas devem ser identificadas e isoladas o mais depressa possível e tal só será conseguido com testes rápidos e baratos à escala populacional”, lê-se no documento.
A petição que se encontra disponível em peticaopublica.com apela, assim, a que a Assembleia da República recomende ao Governo Português a concretização urgente da venda sem prescrição médica obrigatória dos testes rápidos de antigénio para o SARS-CoV2, preferencialmente os de saliva e a oferta semanal de um teste rápido de antigénio por pessoa, através do Centro de Saúde, da Junta de Freguesia ou de organizações de base comunitária.
Os testes rápidos de antigénio de saliva já se encontram a ser utilizados de forma massiva em países como Áustria, Inglaterra, Suíça, Luxemburgo, Coreia do Sul, Itália, Espanha e Alemanha, entre outros. Em Portugal já estão disponíveis mas não fazem parte da Estratégia Nacional de Testes para SARS-CoV-2. Os testes rápidos de saliva permitem detetar, em apenas 10 minutos, de uma forma não invasiva e sem o desconforto associado aos convencionais testes de zaragatoa, possíveis casos positivos de COVID-19.
A petição apela a que a Assembleia da República recomende ao Governo Português a concretização urgente de duas medidas:
1 – Venda sem prescrição médica obrigatória dos testes rápidos de antigénio para o SARS-CoV2, preferencialmente os de saliva
2 – Oferta semanal de um teste rápido de antigénio por pessoa, através do Centro de Saúde, da Junta de Freguesia ou de organizações de base comunitária.
A iniciativa conta com o apoio de médicos e dirigentes de diversas associações como José Manuel Boavida, da APDP (Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal), Vítor Rodrigues, da Liga Portuguesa contra o Cancro, Sofia Crisóstomo, Cocoordenadora do Mais Participação, Melhor Saúde, Luis Mendão, Presidente da Direção do GAT (Grupo de Ativistas em Tratamentos), Isabel Saraiva, Presidente da Direção da RESPIRA (Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas), Elsa Frazão Mateus, Presidente da Direção da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas, Joaquim Brites, Presidente da Direção da APN (Associação Portuguesa de Neuromusculares), Carlos Oliveira, Presidente da Direção da ADEXO (Associação de Doentes Obesos e Ex-obesos de Portugal), Jaime Melancia, Presidente da Direção da PSO Portugal (Associação Portuguesa da Psoríase), João Filipe Raposo, Diretor Clínico da APDP (Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal), Luis Gardete Correia, Presidente da Fundação Ernesto Roma, Sérgio Silva, Fundador do Grupo DiabéT1cos, Anabela Paixão, Médica Cardiologista Pediátrica, e ainda empresários e autarcas como Bruno Parreira, Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro ou Maria José Vitorino, Eleita da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira.