SPAIC apela ao INFARMED para facilitação do acesso a tratamento inovador para o angioedema hereditário
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) lançou o apelo ao INFARMED para que seja concluído de forma célere a avaliação do processo relacionado com uma nova opção terapêutica para a profilaxia a longo prazo dos doentes com angioedema hereditário. “Atualmente existem novas opções terapêuticas in-label para a profilaxia a longo prazo dos doentes com angioedema hereditário, já disponibilizadas por rotina em vários países europeus e com importantes ganhos na redução do número de crises e ganhos significativos da qualidade de vida, amplamente demonstrados, quer nos ensaios clínicos, quer nos estudos de vida real. Em Portugal, este medicamento está sob um Programa de Acesso Precoce (PAP) desde 2020, mas com uma indicação muito mais restrita do que a indicação que consta no RCM do fármaco aprovado pela EMA (Agência Europeia de Medicamentos)”, alertou Manuel Branco Ferreira, presidente da SPAIC.
De acordo com o especialista, foi por este motivo que a SPAIC avançou com o apelo: “para que o INFARMED rapidamente avance e conclua a avaliação dos processos relacionados com estes medicamentos órfãos – como aliás preconizado por todas as instituições oficiais – para que os portugueses com esta doença rara possam ter acesso aos mesmos tratamentos eficazes e seguros que outros cidadãos da União Europeia têm, não sendo de todo aceitável a existência de qualquer disparidade não fundamentada e não justificada por motivos clínicos ou farmacológicos”.
O angioedema hereditário é uma doença genética rara que se estima que, em Portugal, possa atingir cerca de 300 a 400 pessoas, já com mais de 230 pessoas identificadas, e que se manifesta pelo aparecimento de crises recorrentes de angioedema em várias localizações possíveis (sendo a face uma das mais frequentes).
Os imunoalergologistas são os especialistas que, desde há várias décadas, têm sido responsáveis pelo seguimento dos doentes com angioedema hereditário e, neste sentido, a SPAIC tem contribuído para a disseminação do conhecimento médico e científico nesta área e para a implementação da melhor prática médica relativamente a esta situação clínica rara.