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Sociedade Portuguesa de Pneumologia arranca com estudo nacional para determinar a prevalência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

Sociedade Portuguesa de Pneumologia arranca com estudo nacional para determinar a prevalência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), com o apoio da GSK, está a realizar um estudo pioneiro para avaliar a prevalência da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) em Portugal. O projeto, que contou já com uma fase piloto, arranca agora em todo o território continental, e pretende determinar o impacto da DPOC, e das doenças respiratórias, no geral, no nosso País, avaliar a gravidade da doença e identificar quantas pessoas apresentam fatores de risco para o seu desenvolvimento, com a particularidade de ser um dos primeiros estudos a nível mundial a contemplar pessoas abaixo dos 40 anos.

“São muito poucos os estudos sobre prevalência desta doença a incluir indivíduos mais jovens, mas é, de facto, muito importante avaliar a prevalência desta doença também nestas faixas etárias, até agora excluídas das investigações nesta área”, explica Jorge Ferreira, Presidente da SPP. “Nunca tivemos, em Portugal, um estudo epidemiológico sobre DPOC e sobre doenças respiratórias, no global. Esta será a primeira oportunidade de investigar a prevalência real destas doenças no nosso país e as características das pessoas que sofrem dessas doenças, recorrendo a uma metodologia inovadora”, explica Jorge Ferreira, Presidente da SPP. “O nosso entendimento atual sobre a DPOC já nos permite pensar para além do tabagismo enquanto fator isolado. Hoje em dia, temos uma perspetiva diferente e conseguimos relacionar dados individuais, desde o nascimento, que podem estar relacionados com a função pulmonar e com o desenvolvimento de doenças como a DPOC. Ao incluirmos no estudo indivíduos mais jovens, a partir dos 20 anos, vamos, com certeza, identificar muitos desses fatores de risco que, provavelmente, nunca tinham sido estudados neste âmbito, permitindo-nos desenhar uma estratégia de prevenção e de tratamento mais precoces”.

Apesar de ser a quarta causa de morte no mundo[1] e a quinta em Portugal[2], a DPOC é ainda pouco conhecida pelos portugueses. “Um estudo realizado pela SPP, em 2022, revelou que mais de 70% da população nunca ouviu falar da doença”, uma patologia progressiva que dificulta a respiração devido à limitação do fluxo de ar nos pulmões.

Reconhecido pelo trabalho que tem desenvolvido no âmbito das doenças respiratórias e pelos artigos publicados sobre DPOC, Àlvar Agustí, Professor de Medicina na Universidade de Barcelona, é consultor do estudo. “Durante muito tempo acreditámos que a DPOC era uma doença de homens de idade avançada. Hoje sabemos que as mulheres também têm DPOC e os jovens também. Sabemos, inclusivamente, que o tabaco não é a única causa da doença e que a prevenção começa antes mesmo de nascermos. Temos de antecipar o diagnóstico, temos de antecipar o tratamento”.

O estudo irá começar a Norte, descendo progressivamente a Sul, com uma amostra de 9000 participantes. Espera-se que os resultados sejam conhecidos até ao final de 2026.

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