Nove sociedades médicas e associações de doentes dirigem carta aberta ao Ministério da Saúde, Parlamento e DGS apelando à inclusão da vacina contra a zona no Plano Nacional de Vacinação
Nove sociedades médicas e associações de doentes dirigem carta aberta ao Ministério da Saúde, Parlamento e DGS apelando à inclusão da vacina contra a zona no Plano Nacional de Vacinação.
Esta carta é assinada pelas sociedades portuguesas de Medicina Interna, de Saúde Pública, de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, de Pneumologia, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas, o Grupo de Ativistas em Tratamento (GAT) e as associações portuguesas da Psoríase e de Insuficientes Renais que, numa altura em que o Governo prepara o Orçamento do Estado para 2025, querem apelar à importância de assegurar o investimento na prevenção da doença como o melhor garante da sustentabilidade do SNS e de maior qualidade de vida para os Portugueses.
Estes especialistas e doentes lembram que esta vacina já faz parte do Programa Nacional de Vacinação da maioria dos países europeus, entre eles, Espanha, Itália, Grécia, Suiça, Luxemburgo, Reino Unido, Bélgica, Países Baixos, Polónia, Alemanha, Eslovénia e Chipre, existindo recomendações da sua utilização em 19 países europeus. Também em países como os EUA, Canadá e Austrália existem atualmente recomendações que asseguram a prevenção desta doença nas populações vulneráveis.
Importa salientar que a vacinação contribui para a sustentabilidade e resiliência do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A pressão que se faz sentir nos cuidados agudos e relativos à doença crónica, reforça a necessidade de implementação de estratégias que garantam a retirada de utentes dos cuidados hospitalares, promovendo uma cultura de prevenção que reduza a ida às urgências e internamentos.
No caso da Zona, em 2023 foram codificados nos cuidados de saúde primários 22.000 casos de Herpes Zoster e nesse ano houve 28.000 consultas relacionadas com esta doença. Estes são os números oficiais dos cuidados de saúde primários que, não contemplam sequer as urgências hospitalares e dos prestadores privados. Por outro lado, é importante referir que a cada 2 dias uma pessoa é internada com zona, sendo que em média passam duas semanas em ambiente hospitalar, custando ao estado português cerca de 3.000 euros por cada internamento. Sabe-se, ainda, que 7 em cada 10 pessoas desenvolvem complicações, tais como encefalites, meningites, nevralgia pós-herpética, herpes zoster oftálmico, entre outras. Adicionalmente, estima-se que 8 em cada 10 dos portugueses que são internados por Zona eram considerados “saudáveis”, não apresentando nenhuma doença crónica conhecida.
Consulte a carta na integra AQUI