Resultados da última vaga do Vacinómetro® revelam que 85,1% dos portugueses com 85 ou mais anos de idade já terão sido vacinados
Os dados da quarta e última vaga do relatório Vacinómetro®, que monitoriza a vacinação contra a gripe durante a época gripal de 2024/25, através de questionários, revelam que 47,4% da amostra total inquirida foi vacinada contra a gripe nesta época gripal, o que representa um acréscimo de 3,5p.p. face à vaga anterior.
Os dados revelam também que da população incluída nas recomendações da Direção-Geral da Saúde (em vigor desde o início da campanha de vacinação) já terão sido vacinados contra a gripe sazonal desde o início da época 2024/25:
- 85,1% dos indivíduos com 85 ou mais anos de idade, dos quais 100% já teria sido vacinado em anos anteriores e que em 84% dos casos foram informados de que estaria a ser administrada a vacina de dose elevada;
- 75,6% dos indivíduos portadores de doença crónica, um valor ligeiramente inferior ao do ano passado (76,6%), e com a sub-análise realizada, 73,7% das pessoas com diabetes, 74,5% da população com doença cardiovascular e 89,5% das pessoas com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica);
- 73,6% dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade, um número também abaixo do apresentado o ano passado (77,7%), indicando que este ano Portugal não terá ainda atingido para este grupo etário a meta de 75% proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS);
- 64,9% das grávidas, das quais 83,3% o fizeram por recomendação do seu médico;
- 64,0% dos indivíduos com 60 ou mais anos de idade, sendo que 44,6% fê-lo “por recomendação do médico” e 28,9% por “iniciativa própria, porque procura estar protegido”;
- 49,7% dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes, um aumento de 3,85p.p. em comparação com a época passada.
De notar também que na Região Norte terão sido vacinados 85,2% dos indivíduos com 65 ou mais anos de idade, na região no Algarve 80,6%, na Região Autónoma da Madeira 78,6%, na região Centro 71,6%, na área metropolitana de Lisboa 68%, no Alentejo 59,4% e na Região Autónoma dos Açores 36% desta mesma população.
Do total do grupo de indivíduos vacinados, na amostra total estudada, os principais motivos que os levaram a vacinar-se foram:
- 44,4% por recomendação do médico;
- 23% no contexto de uma iniciativa laboral;
- 20% vacinou-se por iniciativa própria, porque procura sempre estar protegido(a);
- 7,4% porque recebeu notificação de agendamento pelo SNS;
- 5% porque sabe que faz parte dos grupos de risco para determinada patologia.
Um dado consistente, não só com a vaga passada, mas também com os dados da época anterior diz respeito ao peso que a recomendação do médico tem nos motivos pelos quais os grupos com recomendação se vacinam (60+, doentes crónicos, grávidas). Nomeadamente a especialidade de Medicina Geral e Familiar com 94,8% dos inquiridos de 60 ou mais anos que mencionaram ter-se vacinado por recomendação do médico.
Os dados indicam também que a esmagadora maioria (92,1%) das pessoas vacinadas já terão sido vacinadas em épocas anteriores.
Jorge Ferreira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
“Estes números revelam que a maioria da população idosa reconhece a importância das medidas de prevenção, em particular da vacinação, e que está consciente do verdadeiro impacto que a gripe pode ter na sua saúde. É importante sensibilizar todos os portugueses para este tema. As pessoas com mais de 50 anos foram incluídas no plano de vacinação gratuito e ainda se podem vacinar. Os não vacinados ainda terão oportunidade de o fazer uma vez que continua a haver casos de gripe e hospitalizações e ainda estamos a tempo de prevenir eventuais complicações.”
Nuno Jacinto, Presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
“Começo por reconhecer o papel dos profissionais na recomendação da vacinação contra a gripe, os números falam por si, a recomendação do médico tem um peso enorme no motivo pelo qual as pessoas se vacinam.
Destaco também a evolução nas taxas de cobertura dos próprios profissionais de saúde que têm de ser um bom exemplo para a população.
Por outro lado, os dados revelam que este ano apesar de estarmos muito perto, Portugal não atingiu a meta de 75% proposta pela OMS. Tem havido uma grande aposta na divulgação da campanha de vacinação, mas podemos fazer mais. É preciso que as pessoas saibam que a época gripal não acaba em dezembro e que podem e devem vacinar-se ainda nesta altura do ano, especialmente os grupos de risco.
Desta quarta vaga, podemos aferir que ainda se tencionam vacinar:
- 14,7% das grávidas;
- 8,7% dos doentes crónicos;
- 7,4% das pessoas inquiridas entre os 60 e os 64 anos;
- 2,3% das pessoas com 65 ou mais anos de idade.
Relativamente à coadministração da Vacina contra a Gripe e COVID, 68,2% das pessoas vacinadas pertencentes aos grupos com recomendação, optou pela coadministração, um valor menos significativo do que o da época anterior (81,4%).
No que diz respeito aos motivos que levaram a optar pela coadministração:
- 55,3% refere “Quero estar protegido/Considero que ambas são importantes para a minha saúde”;
- 33,4% refere que o médico recomendou a coadministração;
- 9% terá sido por fazer parte dos grupos de risco.
Destacamos também que 52,6% da amostra total estudada não sabe que está disponível gratuitamente uma vacina de dose elevada para a população de 85 ou mais anos e 84,2% dos inquiridos com mais de 85 anos referiu ter sido informado pelo profissional de saúde, aquando da administração da vacina, que estaria a receber uma vacina de dose elevada.
Os locais preferenciais de aquisição/administração da vacina variam em função da população-alvo que tenhamos em análise, sendo que a totalidade dos profissionais de saúde inquiridos recebeu a vacina no local de trabalho, a população acima dos 80 e 85 anos e as grávidas receberam a vacina maioritariamente no Centro de Saúde e a população acima dos 60, entre os 60 e os 64 e acima dos 65 recebeu maioritariamente na farmácia.