“Ambicionamos um Congresso rico em conteúdo, atualizado e sistematizado, abrangente às várias classes de profissionais de saúde”

Sendo este um momento no qual se pretendem destacar as novidades na área da prevenção, diagnóstico e terapêutica das doenças respiratórias, a organização do XXX Congresso de Pneumologia do Norte assegura que foi definido “um programa científico inclusivo a todas as subespecialidades da Pneumologia com a participação de palestrantes de renome, nacionais e internacionais, tornando-o o mais apelativo possível para todos os que trabalham na área das doenças respiratórias”. O grande foco na definição do programa, para a Comissão Organizadora – Raquel Duarte, Patrícia Mota, Margarida Dias e Maria Jacob -, foi aquilo “que é preconizado, atualmente, para o diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias”. Além disso, “também foi nosso objetivo abordar tópicos relacionados com a gestão e organização dos serviços de Pneumologia e seus sectores, fulcral para uma melhor abordagem destas doenças”. A edição deste ano fica ainda marcada pelo maior número de trabalhos submetidos – com um total de 213. 

Raio-X (RX) – Quais os desafios enfrentados na organização deste Congresso?

Comissão Organizadora (CO) – Como em todos os eventos desta dimensão, o maior desafio residiu na elaboração de um programa científico inclusivo a todas as subespecialidades da Pneumologia com a participação de palestrantes de renome, nacionais e internacionais, tornando-o o mais apelativo possível para todos os que trabalham na área das doenças respiratórias. Todos os demais desafios foram agradavelmente geridos pelo trabalho conjunto, desenvolvido nestes últimos meses, pelos elementos da Comissão Organizadora.

RX – Como foi feita a construção do programa?

CO – Estruturámos o congresso em duas salas, A e B, com palestras a decorrer simultaneamente, em alguns momentos do evento. Para além das “sessões de atualização” que constituem uma súmula da mais recente evidência científica sobre alguns temas, designámos outro tipo de sessões, como “sessões clínicas”, “mesas redondas”, entre outras, mas sempre focadas naquilo que é preconizado, atualmente, para o diagnóstico e tratamento das doenças respiratórias. Além disso, também foi nosso objetivo abordar tópicos relacionados com a gestão e organização dos serviços de Pneumologia e seus sectores, fulcral para uma melhor abordagem destas doenças.

RX – Que sessões destacam do programa científico?

CO – Esta é sempre uma questão complexa, pois todas as sessões têm as suas particularidades interessantes e destacáveis. As“sessões de atualização” sobre as mais variadas áreas (interstício, doenças obstrutivas, pleura e infeções) são sempre apelativas para os participantes. A sessão cínica sobre o “Diagnóstico invasivo na patologia pulmonar”, também se destaca, pois seguirá um alinhamento diferente que se pretende mais interativo, promovendo a discussão entre médicos especialistas de Pneumologia de Intervenção e de Cirurgia Torácica e os restantes participantes do congresso, sobre a abordagem de determinadas situações expostas sob a forma de casos clínicos. Destacamos ainda a mesa redonda sobre “Saúde Mental”, quer do doente pneumológico, quer do próprio profissional de saúde que trata estes doentes, muitas vezes negligenciada nesta sociedade cada vez mais exigente e célere.

RX – Há uma parte do programa dedicada à abordagem diagnóstica e terapêutica da patologia respiratória no futuro. Como projetam o futuro nesta área?

CO – Como em todas as especialidades também a Pneumologia, na sua vertente diagnóstica, vai ser atingida pela inteligência artificial – área em completa expansão – o que vai obrigar a novas aprendizagens e subespecializações por parte dos seus profissionais nas várias categorias. Contudo, temos de estar cientes que este novo mundo digital da saúde poderá contemplar alguns riscos, como a desumanização da prática clínica, exigindo-se equilíbrio e sensatez nesta “transição”. No âmbito da farmacologia, novas moléculas estão a ser desenvolvidas, para várias áreas da Pneumologia, beneficiando, claramente, o armamento terapêutico das nossas doenças. Obviamente que todo este avanço futuro vai contribuir para a evolução da Pneumologia como especialidade o que apraz muito a comunidade médica e não só.

RX – Tem vindo, ao longo dos anos, a ser criada uma relação de proximidade com outras especialidades. Qual a importância de estreitar relações?

CO – Cada vez mais, o exercício da Medicina assenta numa base multidisciplinar e a Pneumologia espelha diariamente e muito bem essa realidade nas suas diferentes áreas. O envolvimento das outras especialidades, desde a Radiologia, Cirurgia Torácica, Doenças Infeciosas, Reumatologia, etc, só contribui para uma abordagem diagnóstica e terapêutica mais enriquecida e fiável das doenças respiratórias. A proximidade com outras especialidades está, efetivamente, patente neste congresso através de palestras de colegas médicos nacionais e internacionais.

CURSOS PÓS-CONGRESSO

RX – Os cursos pós-congresso serão sobre sono, Oncologia Pneumológica, ecografia torácica e prescrição antibiótica. Porquê estes quatro temas?

CO – O curso de Oncologia Pneumológica vem no seguimento do curso de Oncologia da edição do ano passado que visou o rastreio e estadiamento do cancro do pulmão, sendo que este ano serão abordados tópicos relacionados com o seu diagnóstico e tratamento, área onde a investigação científica cresce exponencialmente sendo sempre importante uma atualização constante.

A patologia do sono tem sido cada vez mais valorizada pelos clínicos, pneumologistas e não só, com acréscimo da sua referenciação e diagnóstico. As particularidades do seu tratamento, com cariz multidisciplinar, vão ser abordadas no presente curso, enriquecendo o conhecimento sobretudo dos profissionais que não trabalham diariamente nesta área.

A ecografia torácica deveria ser obrigatória na prática clínica da Pneumologia. Nos últimos anos temos assistido a um crescente uso desta técnica, contudo as suas indicações ao nível do diagnóstico e da terapêutica são muito específicas e este curso surge numa tentativa de sistematização das mesmas.

Por fim, o curso de otimização da prescrição antibiótica vem elucidar-nos sobre a evolução das classes de antibióticos nos últimos anos, as suas formas de administração e critérios de prescrição dos mesmos nas infeções respiratórias.

SUBMISSÃO DE TRABALHOS

RX– Relativamente aos trabalhos submetidos, a participação foi concorrida?

CO – Nesta edição do congresso foram submetidos 213 trabalhos, o maior número submetido até então. Do total de trabalhos aceites, 10 serão apresentados sob a forma de comunicação oral. Salientamos a preocupação que existiu em selecionar os melhores trabalhos, através da criação de uma comissão específica que avaliou os mesmos de acordo com a sua relevância, metodologia, originalidade e impacto na prática clínica.

RX – Que mensagem gostariam de deixar aos participantes?

CO – A organização desta edição do Congresso de Pneumologia do Norte tem sido desafiante e muito gratificante. Tem por base um verdadeiro trabalho de equipa pautado por uma constante fluência de ideias e recetividade das mesmas. Ambicionamos um congresso rico em conteúdo, atualizado e sistematizado, abrangente às várias classes de profissionais de saúde. Aguardamos e agradecemos, desde já, a participação de todos e desejamos que desfrutem e convivam com os seus pares. Que estes dias possam contribuir para o enriquecimento científico e social de todos.

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