APDP vai realizar rastreios à Diabetes Tipo 1 a 10.000 crianças da região de Lisboa em 2024

A partir de setembro de 2024, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) vai promover o rastreio à diabetes tipo 1 de 10.000 crianças da região de Lisboa e Vale do Tejo. Num esforço de colaboração inovador, investigadores académicos, líderes da indústria, prestadores de cuidados de saúde, incluindo instituições de solidariedade social, reuniram forças para combater a Diabetes Tipo 1 (DT1) com o apoio de um orçamento de 23,5 milhões de euros, dos quais 500 mil serão usados para a realização dos rastreios em Portugal.

O projeto EDENT1FI (‘European action for the Diagnosis of Early Non-clinical Type 1 diabetes For disease Interception’), que funciona no âmbito da Iniciativa para a Saúde Inovadora (IHI), resulta de um consórcio composto por 28 parceiros de 12 países com uma missão comum: identificar a DT1 na sua fase pré-clínica em crianças e adolescentes. O lançamento do projeto, financiado pelo programa da Comissão Europeia ‘Horizon Europe’ e outras entidades, decorreu em Munique e terá, a partir de agora, uma duração de cinco anos. O EDENT1FI é também orientado pelas próprias pessoas com doença através do Comité Consultivo de Doentes, composto por pessoas com Diabetes Tipo 1 ou familiares, que fornecem um feedback inestimável e ajudam a divulgar os objetivos do projeto junto do público.

“É com muito orgulho que integramos uma equipa de excelência com o objetivo de redefinir o panorama do diagnóstico e dos cuidados da DT1 em Portugal e no Mundo. Este é o resultado de décadas de investigação e poderá mudar por completo o curso desta doença, que afeta as pessoas em todas as fases das sua vidas.”, congratula-se João Filipe Raposo, diretor clínico na APDP, acrescentando: “Esperamos que este projeto tenha em Portugal uma ampla aceitação e suporte, não só do nosso Ministério da Saúde, mas também de outros serviços de saúde da área da pediatria, da saúde escolar, das sociedades científicas e da comunidade em geral. Esta é uma oportunidade única para o nosso país.”

A DT1 é uma doença com um elevado peso, particularmente entre crianças e jovens, com implicações para a sua qualidade de vida, incluindo a da família.

Esta doença autoimune resulta de uma interação complexa de fatores genéticos e ambientais que acabam por destruir as células produtoras de insulina. Cerca de 9 milhões de pessoas no mundo inteiro são atingidas, incluindo 300.000 crianças europeias, o que representa uma sobrecarga para os sistemas de saúde. Além disto, os indivíduos que a desenvolvem antes dos 10 anos de idade enfrentam uma redução média de 14 anos da sua esperança de vida.

Ao comemorar o 100.º aniversário da primeira utilização clínica da insulina, as instituições defendem que se torna evidente a necessidade de uma mudança de paradigma na gestão da DT1. O diagnóstico, antes dos sintomas, e a intervenção precoces são imperativos e, embora os esforços de rastreio anteriores se tenham centrado predominantemente em antecedentes familiares, as estatísticas revelam que 90% dos novos casos surgem sem ligações à família.

O projeto EDENT1FI foi criado para enfrentar estes desafios de forma abrangente e tem como objetivos:

  • Estabelecer um roteiro para o rastreio da DT1 em fase inicial em 200.000 crianças em toda a Europa.
  • Avaliar o impacto psicossocial, médico e económico desse rastreio em diversos sistemas de saúde e populações europeias, incluindo famílias carenciadas.
  • Aperfeiçoar a utilização de biomarcadores de DT1 para melhorar a estratificação do risco, o estágio e a monitorização personalizada.
  • Permitir o desenvolvimento de estratégias terapêuticas inovadoras e adaptadas para prevenir e gerir eficazmente a DT1.
  • Informar e educar o público, os profissionais de saúde e as autoridades reguladoras relativamente a novos paradigmas no diagnóstico e tratamento da DT1.

O projeto funciona no âmbito da Iniciativa para a Saúde Inovadora – Empresa Comum (IHI-JU) e dispõe de um orçamento total de cerca de 23,5 milhões de euros. A maioria (22 milhões de euros) provém de financiamento da Comissão Europeia (Horizon Europe), do The Leona M. and Harry B. Helmsley Charitable Trust, da Juvenile Diabetes Research Foundation International (JDRF) e de contribuições em espécie (EFPIA, MedTech e JDRF). Foi concedido um financiamento adicional de 1,5 milhões de euros aos parceiros associados do Reino Unido através do Fundo de Garantia UKRI (Investigação e Inovação do Reino Unido).

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