Para comemorar o seu 11º aniversário, a RESPIRA – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Crónicas apresentou o livro “Dicionário para doentes com DPOC”, na passada sexta feira. Nas palavras do presidente da Associação, José Albino, este livro será uma “ferramenta muito importante, porque vai facilitar a comunicação entre o médico e doente”.
“Tivemos conhecimento da existência deste dicionário no estrangeiro e então pedimos à Novartis o apoio para traduzir uma versão em português: ele é uma ferramenta muito útil quer para o doente quer para o médico”, explica José Albino. O livro foi elaborado com doentes e médicos de toda a Europa, que proporcionaram uma “ajuda fundamental” na na descodificação da linguagem que habitualmente utilizam.
O livro “Dicionário para doentes com DPOC” é composto por várias ilustrações que pretendem demonstrar os sintomas, experiências e sentimentos que as pessoas portadoras de DPOC apresentam. Espera-se que contribua também para ao conhecimento geral sobre a doença, através da divulgação de informação junto de quem acompanha estes doentes. “Como se verificou, a DPOC é muito pouco conhecida com este nome; a sigla, à maior parte das pessoas, não lhes diz nada”, comentou o presidente da associação, a propósito de um vídeo divulgado durante o lançamento do livro, que pode ver aqui.
O evento contou também com a presença do pneumologista e ex-presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, Carlos Robalo Cordeiro, que apresentou o “dicionário” aos presentes.
O pneumologista garantiu ao Raio-X que irá usar e divulgar este livro, que considera “uma iniciativa louvável, já que a relação médico – doente é muito importante. Ter aqui um dicionário que descodifique a terminologia e a dificuldade que às vezes existe entre o médico e o doente com DPOC parece-me muito interessante. É um bom serviço que se presta à comunidade médica, aos profissionais de saúde e aos doentes”.
11º aniversário da RESPIRA: quais os planos para 2018?
Aproveitando o aniversário da assciação, falamos com Isabel Saraiva (vice-presidente) sobre os objetivos e expectativas para o ano que iniciou. Se o ano passado o grande tema foi O Tabaco e a Mulher, este ano o será O Tabaco e a Criança: “uma das coisas que os preocupa mesmo é o consumo de tabaco. O consumo no carro é um problema tremendo, porque o tabaco, juntamente com o materiais sintéticos, liberta uns “vapores” que são profundamente nocivos para as vias respiratórias, sobretudo das crianças. Não queremos uma proibição, queremos só deixar a recomendação: não fumem em carros com crianças”. Esperam trabalhar nos meios digitais com parceiros da área da pediatria e dos automóveis para, em conjunto, criarem consciência em relação a este assunto.
A par destas iniciativas, vão ser desenvolvidas outras que foquem outros temas. Um dos eventos já agendados será em junho: o Novo Fórum Luísa Soares Branco, que este ano se realiza no Hospital de Vila Franca de Xira. “É uma reunião de doentes com doentes: o que pretendemos é que, juntamente com os profissionais de saúde do hospital, os doentes do hospital, os nossos sócios e a nossa direção, ter uma tarde para discutir um aspeto que seja importante nas nossas vidas. Este ano vai ser a reabilitação respiratória”.
A associação achou importante discutir este tema, uma vez que existem três tipos de reabilitação respiratória: “os doentes internados, os doentes que frequentam o hospital e depois há um grupo, que se fala muito pouco, que é o das pessoas que já acabaram o tratamento e ficam entregues a elas próprias. Vamos ter a colaboração da Câmara de Vila Franca de Xira, que está muito interessada em ajudar e complementar este ciclo, apoiando as pessoas que fizeram reabilitação respiratória, que já não precisam de fazer, mas que precisam de continuar a manter uma certa atividade física, um certo aconselhamento em termos de dieta e também em termos psicológicos”.
Veja aqui a galeria de fotografias do evento:
Por Margarida Queirós
