CPC 2018: “Um congresso sem atrasos, sem gravatas, sem pasta e sem aborrecimento”

Um congresso informal, onde a ciência será temperada com alguns momentos descontraídos e onde o papel será substituído pelo digital. É esta a vontade de Marco Costa que, em entrevista ao Raio-X, desvenda alguns dos momentos altos da edição do maior congresso nacional de Medicina Cardiovascular que vai acontecer no final deste mês. “As três palavras fundamentais para descrever aquilo que os congressistas podem esperar deste CPC são: Formação, Informação e Informalidade”, sublinha o presidente da Comissão Organizadora do CPC 2018.

Raio-X (RX) – O ano passado o lema do congresso foi “Olhar o Coração – conhecimento, inovação e arte”, qual é o tema deste ano?

Marco Costa (MC) – Este ano há uma inovação, é um Congresso Português de Cardiologia sem lema, exatamente porque nós achamos que dar um lema é algo redutor e, por sua vez, o maior evento da Medicina Cardiovascular, em Portugal, não pode ser reduzido a um lema. Este congresso procura fazer uma revisão de todas as áreas da Cardiologia com a apresentação das novidades do ano. No entanto, existem algumas características que diferenciam esta edição das anteriores, nomeadamente a vontade que este seja um congresso “Sem”. E o “sem” tem vários sentidos: sem gravata, um congresso virado para a informalidade; sem atrasos, vamos ter um novo check-in eletrónico – auto check-in – precisamente para evitar as filas iniciais e temos ainda um sistema de blackout no final das apresentações para que sejam respeitados os tempos das sessões; sem aborrecimentos, queremos um congresso divertido com alguns momentos inesperados como os “flash-mobs” que estão a ser preparados; sem pasta, porque hoje em dia não faz grande sentido o suporte em papel, podendo o congressista ter toda a informação á distancia de um clique no seu telemóvel através da app CPC 2018-2019 e assim ter acesso ao programa, às salas e a tudo o resto que está a acontecer.

E este ano temos também, na segunda-feira de manhã, a apresentação de “live-cases”, transmissões em direto de procedimentos clínicos complexos, quer na área da Aritmologia de Intervenção, quer na área da Cardiologia de Intervenção. Estas transmissões são seguidas de uma discussão, com várias especialistas, contando com colegas de outras áreas não cardiológicas.

RX – Em apenas três dias de congresso, o programa científico conta com 110 sessões e cerca de 40 palestrantes internacionais. Quais são os temas que destaca?

MC – Das 110 sessões existentes há inúmeros temas fortes. Há muitas sessões de Insuficiência Cardíaca, que merecem ser realçadas, porque este é um tema de extrema importância para a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e que, de certa forma, tem sido muito negligenciado nos últimos anos. Outra área de destaque será a Cardiologia de Intervenção. Esta área vive muito da referenciação e é importante estarmos todos envolvidos em espírito de Heart Team: antes, durante e depois das intervenções. O CPC é, por este motivo, o local ideal para integração de todo este conhecimento. Mas são muitos os temas que serão debatidos no CPC, constituindo uma excelente forma, para o congressista rever todas as áreas do conhecimento cardiológico.

RX – O CPC é conhecido por ser um congresso multidisciplinar em que é frequente a existência de mesas partilhadas com outras especialidades, nomeadamente a Medicina Geral e Familiar. Este ano não foge à regra?

MC – Não, a tendência mantém-se, temos sessões muito direcionadas para a discussão de casos clínicos em particular. E temos um tipo de sessão muito importante e à qual estamos a dar um destaque grande que é o “Ciclo de Atualização em Cardiologia”. Este ciclo é dirigido em especial à Medicina Geral e Familiar e vai ser uma espécie de curso de atualização de Cardiologia que vai decorrer ao longo de todo o CPC, começando no sábado de manhã e terminando na segunda-feira. Decorrerá numa sala própria, com um sistema de televoting e muito centrado em casos práticos.

RX – A prevenção tem sido apontada como a área da Medicina Cardiovascular cuja evolução não tem acompanhado as inovações ao nível do tratamento. Este tema estará também representado no programa científico?

MC – Sim, consta do programa, é muito importante e tem sido algo negligenciado nos últimos anos. A prevenção cardiovascular é uma área fundamental e por isso, vamos ter várias sessões ligadas a este tema que incluem por exemplo sessões de reabilitação cardíaca, de prevenção dos fatores de risco – hipertensão e dislipidemia, bem como sessões de cardiodiabetologia e cardiogeriatria.

RX – A edição deste ano conta com a participação especial do “Governo Sombra”, um programa que, semanalmente, debate a atualidade sem “papas na língua”. Porquê inseri-lo no CPC?

MC – O facto de termos convidado a TVI a realizar o “Governo Sombra” imediatamente antes do começo do CPC2018, tem a ver com a nossa vontade em ter um CPC com impacto na opinião pública e na sociedade civil. Será um momento descontraído, me que contamos com a participação de muitos dos congressistas já presentes no local do CPC.

RX – Há três edições atrás foi criado o programa “Low Cost” de participação no congresso, especialmente destinado a internos da especialidade. Este ano haverá também “CPC para todos”?

MC – Eu diria que não é um “CPC low cost”, nós acabámos com essa designação, é um “CPC4ALL”. Este programa foi aberto há três edições atrás e nós vamos dar continuidade porque não queremos que as pessoas deixem de ir ao CPC por não terem apoio monetário. Este programa está dirigido para jovens médicos, profissionais não médicos e até mesmo alunos de Medicina que querem ir ao CPC mas não tem convite. Para além disto, a comissão organizadora vai oferecer este ano cinco inscrições aos melhores alunos de Cardiologia das sete faculdades de Medicina que temos em Portugal.

“Formação, Informação e Informalidade”

RX – Quais são as suas expectativas para o congresso?

MC – As minhas expectativas são naturalmente boas, acho que a fasquia é muito elevada, porque o congresso do ano passado correu muitíssimo bem, tal como os das edições anteriores. Julgo que não vai defraudar as expectativas das pessoas.

RX – O que é que os congressistas podem esperar deste CPC?

MC – Neste momento o congresso conta com 110 sessões em diversos formatos, 40 palestrantes internacionais confirmados e espera cerca de três mil congressistas. A verdade é que hoje em dia, o valor do Congresso Português de Cardiologia é reconhecido a nível europeu e mundial. Os congressistas poderão contar com a presença de várias personalidades, como o Presidente do American College of Cardiology, Profr. Michael Valentine, bem como outros Presidentes de Sociedades Congéneres como a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a Sociedade Espanhola, a Sociedade Europeia entre outros.

As três palavras fundamentais para descrever aquilo que os congressistas podem esperar deste CPC são: Formação, Informação e Informalidade. Ao longo dos três dias vão decorrer muitas sessões onde vai ser partilhada muita formação e informação. A informalidade vai estar inerente, bem como a alegria e a boa disposição. Não faltem ao CPC, não há desculpa para o fazer!

Por Rita Rodrigues

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