Incidência de cancro aumenta, mas mortalidade diminui

Apesar de o cancro colorretal ser, do ponto de vista epidemiológico, aquele que representa maior preocupação, pois a sua incidência tem vindo a aumentar, “é o cancro do pulmão que está associado a uma maior mortalidade”, referiu Nuno Miranda, diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, cujo relatório foi esta manhã apresentado no auditório do IPO. “Trata-se de uma doença extremamente agressiva, frequentemente diagnosticada já em fase avançada e com baixíssimo potencial de cura”, afirmou, lembrando que, por outro lado, é, de todos os tipos de tumor, aquele que tem maior “potencial preventivo”. Em 2014, o cancro do pulmão foi responsável por 3 927 óbitos, sendo os Açores a região que apresenta maior taxa de incidência deste tipo de tumor.

De acordo com o relatório Portugal – Doenças Oncológicas em Números 2015, a mortalidade padronizada, ou seja, descontando o efeito do envelhecimento da população, desceu ligeiramente no ano passado e, Portugal está, neste momento, entre os países europeus que apresentam as taxas de mortalidade por cancro mais reduzidas. “Grande parte destes resultados deve-se ao trabalho dos profissionais de saúde”, afirmou Fernando Araújo, acrescentando que houve também “uma melhoria da acessibilidade dos doentes aos tratamentos”, não só aos convencionais, como a quimioterapia, a radioterapia ou a cirurgia, como aos mais inovadores e também mais caros.
Verificou-se, face ao ano anterior “um aumento da produção cirúrgica”, no entanto, um ligeiro atraso no tempo de espera para a cirurgia o que, na perspetiva de Fernando Araújo, pode ser corrigido com a devida “organização dos cuidados hospitalares, tomando como exemplo casos de sucesso no país”

“É o cancro do pulmão que está associado a uma maior mortalidade”, referiu Nuno Miranda, diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas

Face ao aumento previsto da incidência de cancro, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde sublinhou a necessidade de ajuste de políticas de financiamento e do próprio Sistema Nacional de Saúde. Neste contexto, “é cada vez mais importante monitorizar, de forma sistemática, a efetividade terapêutica dos tratamentos para conseguirmos aferir os ganhos reais em saúde, face ao custo crescente”, acrescentou.
No ano passado, foram gastos com medicamentos para o tratamento do cancro 375 milhões de euros, sendo que grande parte deste valor foi canalizada para tratamentos mais modernos. Segundo Fernando Araújo, “estão a ser negociados com o Infarmed e com a indústria farmacêutica novos modelos de financiamento que possam comportar os custos destes tratamentos inovadores”, concluiu.

Cátia Jorge

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