Área Reservada

Mais de 6000 doentes com doença inflamatória do intestino por controlar

Mais de 6000 doentes com doença inflamatória do intestino por controlar

Em Portugal, vivem aproximadamente 24 000 pessoas com Doença Inflamatória do Intestino (DII). Este número tem aumentado 5% ao ano, existindo mais de 6 mil doentes por controlar. Segundo um estudo desenvolvido pela IQVIA, para a Janssen, trata-se de uma doença que é urgente controlar, não só pela proteção da qualidade de vida dos doentes, como pelos custos associados que, em Portugal, ascendem aos 146 milhões de euros.

Segundo o estudo, os custos diretos relativos à DII, em Portugal, atingem os 87 milhões de euros, ou seja,  cerca de 3.600 euros/doente, dizendo respeito a consultas, urgências, hospitalizações, cirurgias, medicamentos, exames e transporte.

Esta doença representa para o sistema de saúde 2148 hospitalizações/ano, 272 cirurgias e 48 000 exames.

Um dos coautores do estudo, Professor Doutor Fernando Magro do Centro Hospitalar e Universitário de São João, refere que “É importante conhecer estes números, pois têm uma expressão considerável nos custos globais e na qualidade de vida dos doentes, embora pudessem ser mitigados. Num outro estudo desenvolvido, identificámos que 33% das hospitalizações são, de facto, re-hospitalizações que, além de mais onerosas, poderiam ser muitas vezes evitadas com um acesso atempado às terapêuticas adequadas e acompanhamento adequado da doença.”

Os restantes 59 milhões de euros dos custos globais  são custos indiretos, relacionados com o absenteísmo, presenteísmo e reforma antecipada. Os doentes faltam em média 15 dias/ano ao trabalho devido à doença e a redução de produtividade durante o horário de trabalho converte-se em 14 dias adicionais de absenteísmo.

Como alerta a Presidente da Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino, Ana Sampaio, “em média vivemos 40 anos com a doença, mas acredito que com a pandemia esta situação e a qualidade de vida irão piorar. Para além de ser uma doença com muitos custos indiretos, este ano muitos mais doentes viram a sua doença descontrolar-se devido à dificuldade de acesso a cuidados de saúde. Na semana em que se fala deste problema, urge lembrar esta doença que traz uma redução de 25% na qualidade de vida dos doentes e que precisa de mais atenção”.

O estudo detalha ainda que 15% dos doentes com DII, em Portugal, vão a outro hospital que não o do seu distrito. Fazem-se aproximadamente 120.000 consultas por ano devido à DII.