Sessão de abertura CPC: Novas regras de apoio a atividades científicas vão “arruinar a formação médica”

2682 inscritos, 110 sessões científicas e 410 palestrantes, 33 dos quais internacionais, 784 resumos científicos submetidos, foram alguns dos números apresentados pelo presidente do Congresso Português de Cardiologia, Marco Costa, durante a sessão de abertura, no sábado à tarde. No arranque de mais uma edição do CPC, João Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia não poupou crítica às novas regras de apoio a atividades científicas, temendo pela formação dos médicos, sobretudo, dos mais jovens.

“A maior preocupação do CPC deverá ser sempre o seu programa científico”, referiu Marco Costa. E, neste contexto, os números de participação fazem deste congresso “provavelmente, o maior Congresso Português de Cardiologia”. Um evento que se estende “além-fronteiras” e no qual estiveram reunidos, para além dos palestrantes estrangeiros “as principais sociedades científicas internacionais”.

O presidente da Comissão Organizadora reforçou a ideia inovadora de se tratar de um CPC sem gravata, justificando que “na nossa opinião a informalidade e a ciência sempre casaram muito bem”. O plano seria organizar as edições de 2018 e 2019, no entanto, “acabámos por preparar não dois, mas três congressos”. Isto porque a edição de 2018 foi desenhada para acontecer em Vilamoura, mas acabou por acontecer na Herdade dos Salgados. Apesar da imprevista mudança de planos, Marco Costa mostrou-se satisfeito com o resultado final e com a mudança de local para a Herdade dos Salgados: “ainda bem que o fizemos, estamos muito bem aqui, fomos muito bem recebidos pelo grupo NAU”.Como mensagem final, o presidente garantiu que “estamos a trabalhar para o futuro da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, para o futuro do Congresso Português de Cardiologia”.

Receoso pelo futuro da formação médica e da organização de eventos científicos, face às novas regras para o apoio deste tipo de atividades, João Morais sublinhou que “vivemos hoje momentos de grandes desafios que têm de se traduzir em soluções para a sociedade civil” afirmou o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia. “As novas regras para o apoio das atividades como o Congresso Português de Cardiologia, a proibição das entidades patrocinadas dentro das instituições do Serviço Nacional de Saúde e a dificuldade de convite aos médicos para se colocarem em eventos no exterior vão, pelo menos em parte, arruinar a formação médica, em especial dos mais novos”, lamentou João Morais que considera que este é um dos desafios sobre o qual “seremos obrigados a lidar com bastante criatividade para encontrarmos soluções”.

SPC lança campanha “Coração Capaz”

Garantindo que a morte súbita e a insuficiência cardíaca são áreas prioritárias para a Cardiologia Portuguesa, João Morais afirmou que diversos membros da SPC participam em grupos de trabalho com os decisores políticos. “Há uma verdadeira agenda política que tem de agir livre de interesses que não sejam apenas o de diagnosticar e tratar efetivamente melhor, contribuindo para a desejada redução da mortalidade de doenças do aparelho cardiocirculatório”, referiu o presidente da SPC, garantindo ainda que “é possível e vamos conseguir nos anos mais próximos retirar as doenças do aparelho cardiocirculatório da principal causa de morte em Portugal”.

Na sua intervenção, o responsável introduziu ainda o lançamento de uma campanha de sensibilização para o grande público, com o nome “Coração Capaz”.  Se por um lado há muitos fatores de risco que não se podem controlar, por outro há inúmeros que são passíveis de ser controlados ou mesmo eliminados das nossas vidas. Está na hora de cuidar melhor do seu coração para que ele possa cuidar também de si!

Saiba mais em: Campanha Coração Capaz

Consulte o vídeo da campanha, AQUI.

Por Rita Rodrigues

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