Tabaco: uma importante ameaça à saúde da mulher

No Dia Internacional da Mulher, que se celebra hoje, 8 de março,  o Raio-X partilha um artigo de opinião de Cláudia Matos, representante da Comissão de Trabalho de Tabagismo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), que alerta para os riscos que tabaco representa para a saúde feminina. Em 2001, 17,6% das portuguesas com idades entre os 15 e os 64 anos eram fumadoras. Em 2017, esse valor subiu para 24,8%

Dr.ª Cláudia MatosNesta data em que celebramos o Dia Internacional da Mulher é importante destacar a epidemia do tabaco como uma importante ameaça à saúde feminina, constituindo o principal fator de risco evitável de morte prematura e doença nas mulheres adultas.

O número de mulheres a fumar no Mundo está a aumentar, constituindo atualmente 20% de todos os fumadores e sendo responsável por 6% das mortes no sexo feminino a nível mundial. Esta tendência também se verifica em Portugal: Em 2017, de acordo com dados da Direção Geral de Saúde, 24.8% das mulheres entre os 15 e os 64 anos de idade referiram ter consumido tabaco no último mês (em comparação às 17.6% observadas em 2001).

São vários os fatores que vão contribuir para o aumento do número de fumadoras nas próximas décadas: o aumento da própria população feminina bem como do seu poder de compra, o desaparecimento progressivo das restrições culturais e sociais, serem raros os programas de educação para a saúde e cessação tabágica específicos para mulheres e a existência de campanhas dirigidas da indústria tabaqueira.

O tabaco tem impacto na saúde da mulher nas suas várias vertentes:

– Saúde Reprodutiva: Maior risco de infertilidade primária e secundária, dores menstruais e menopausa precoce;

– Saúde Cardiovascular: Risco superior de acidente vascular cerebral, hemorragia cerebral e doença coronária. É importante destacar que a combinação de tabagismo e terapêutica com anticonceptivos orais está associada a maior risco de doença coronária.

– Saúde Respiratória:  Risco aumentado de doença pulmonar obstrutiva crónica e cancro do pulmão;

– Cancro: Risco superior de desenvolver cancro do colo do útero nas mulheres infetadas com vírus do papiloma humano (HPV), leucemia mielóide aguda, cancros da cavidade oral, faringe, laringe, esófago, bexiga, pâncreas e rim, bem como uma possível relação com cancro da mama em mulheres na pré-menopausa;

– Densidade Óssea e Risco de Fraturas: Risco aumentado de osteoporose e fratura do colo do fémur;

– Gravidez: Mulheres fumadoras com maior risco de aborto espontâneo, parto prematuro, mal-formação fetal, filhos com baixo peso à nascença ou com graves problemas de saúde;

Existem ainda várias patologias que são mais frequentes nas fumadoras e que podem influenciar a qualidade de vida como a depressão, os cálculos biliares, a úlcera péptica, a doença periodontal e cataratas. Do ponto de vista estético, o envelhecimento precoce da pele, o aparecimento de manchas nos dentes, escurecimento dos dedos e das unhas e enfraquecimento do cabelo são consequências a ter em conta.

Além destes aspetos, não podemos esquecer o impacto económico negativo do tabagismo na saúde, ao desviar recursos que deveriam ser utilizados com alimentação ou educação.

Por todas estas razões, o controle do tabagismo tornou-se uma questão crítica da saúde feminina, sendo fundamental não só a promoção de medidas preventivas do início do consumo, como também da cessação tabágica nas mulheres com dependência. No processo de parar de fumar tem que ser tido em consideração a dificuldade acrescida das mulheres em relação aos homens por uma metabolização mais rápida da nicotina, apresentarem sintomas de privação mais graves, incidência mais elevada de depressão e pelos seus padrões de tabagismo (fumar na resposta ao stress, depressão, afeto negativo).

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