No sábado passado a Associação Bate Bate Coração esteve no Palácio Valenças, “No Coração de Sintra” a promover um conjunto de ações dirigidas à comunidade com o intuito de “sensibilizar, educar e informar a população sobre as doenças vasculares cerebrais e cardiovasculares que representam as duas principais causas de morte a nível nacional e mundial”, como explica Carlos Morais.
De acordo com o presidente da Associação Bate, Bate Coração as pessoas continuam a temer doenças como o cancro ou o VIH, mas na verdade, em Portugal, “são as doenças vasculares cerebrais e cardiovasculares que mais matam”. Neste contexto, “é fundamental que a população esteja alerta sobre os sinais e sintomas destas doenças, e que esteja informada sobre o diagnóstico, os tratamentos possíveis e, sobretudo, que adotem estilos de vida saudáveis”.
Carlos Morais, presidente da Associação Bate Bate Coração
Para sensibilizar a população mais jovem, a manhã de sábado foi marcada por uma ação de formação sobre suporte básico de vida e a importância dos três C`s: confirmar, contactar e comprimir. Por outras palavras, mediante ume pessoa inanimada, qualquer um de nós pode prestar auxílio através destes três passos. Em primeiro lugar “confirmar se a pessoa tem reação, se respira, se tem lábios roxos ou negros”, depois “contactar o 112 para pedir ajuda” e, por fim, “comprimir o peito 100 vezes por minuto”, para ajudar o coração a bombear o sangue até ao cérebro, assegurando a oxigenação deste órgão vital, como descreveu Pedro Nunes, pediatra do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca.
Esta ação surge, segundo Carlos Morais, no âmbito das iniciativas do Coração Tic-Tac, que é “um irmão mais novo da Associação Bate, Bate Coração” e que tem desenvolvido um trabalho de formação e educação nas escolas, com o objetivo de chegar às crianças mensagens de estilos de vida saudáveis para promoção da saúde cardiovascular. “Tentamos envolver as crianças, mas também os seus educadores e as suas famílias”, descreve o cardiologista.
Ao longo do dia, várias pessoas passaram pelo Palácio Valenças onde decorreram rastreios aos vários fatores de risco cardiovascular (colesterol, diabetes, hipertensão arterial), sessões de esclarecimento sobre este grupo de doenças e workshops de nutrição com a nutricionista Joana Bernardo e o Chef Luís Santos.
O momento alto da ação “No Coração de Sintra” foi assinalado com a presença de José Carlos Malato numa sessão de partilhas de experiências na primeira pessoa. Doentes cardiovasculares reportaram as suas vivências e o apresentador de televisão partilhou também os momentos difíceis que viveu no pós-enfarte agudo do miocárdio. “Não tinha uma vida regrada. Fumava imenso, tinha muito peso e cometia alguns excessos”, sublinhou José Carlos Malato, reforçando o facto de a estes fatores de risco acrescer uma “herança familiar” de doença cardiovascular”.
Ao final da tarde, a Câmara Municipal de Sintra e os Clubes Desportivos do Concelho promoveram um conjunto de atividades físicas ao ar livre.
Cátia Jorge
