“HTA não é uma doença de idosos. Todos devemos estar atentos aos valores da pressão arterial”
Assinalou-se, no passado dia 26, o Dia Nacional da Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (HTA). A doença que afeta mais de 42% dos portugueses está, de acordo com dados do estudo PHYSA, melhor controlada atualmente do que há dez anos, fruto, por um lado, de uma melhor utilização das terapêuticas farmacológicas, mas também devido a uma redução do consumo de sal.
Segundo José Alberto Silva, diretor da Unidade de HTA e Risco Cardiovascular do Hospital Pedro Hispano, para avaliar o panorama da HTA em Portugal é preciso ter em atenção dois grupos de doentes: “os que sabem que são hipertensos (e, dentro deste grupo, existem os que estão tratados, os que estão tratados e controlados e os que não fazem o tratamento) e os que não sabem que são hipertensos”.
Comparativamente com a realidade reportada num estudo realizado em 2003, houve, ao longo da última década, uma melhoria em todos estes grupos e subgrupos de doentes. Antes de mais, houve, segundo os resultados do estudo PHYSA, um aumento dos doentes diagnosticados, assim como um aumento dos doentes que conseguem controlar a pressão arterial. Ainda assim, adianta o especialista, “cerca de 25% dos hipertensos ainda não sabem que o são, simplesmente porque não medem a sua pressão arterial”.
Diretor da Unidade de HTA e Risco Cardiovascular do Hospital Pedro Hispano
Aliás, esta é uma das mensagens que o especialista reforça. “A par da redução das quantidades de sal utilizadas na confeção dos alimentos, é preciso também fomentar a avaliação da pressão arterial”. E esta mensagem é válida para toda a população. “Há a ideia de que só os idosos sofrem de HTA, mas não é verdade”, esclareceu José Alberto Silva. “Todos devem medir a pressão arterial pois estamos perante uma doença silenciosa, em que muitas vezes o primeiro sintoma é o evento, daí ser tão importante chegar a este conjunto de doentes, os que têm hipertensão e não sabem”, alertou.
Cátia Jorge e Patrícia Rebelo