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Associação Portuguesa do Sono: “Dormir bem não é só evitar a doença, mas também desfrutar a vida”

Associação Portuguesa do Sono: “Dormir bem não é só evitar a doença, mas também desfrutar a vida”

No contexto do Dia Mundial do Sono, assinalado anualmente a 18 de março, o Dr. Joaquim Moita, presidente da Associação Portuguesa do Sono (APS), afirma que os portugueses “dormem pouco e mal” e recorda que “dormir bem não é só evitar a doença, mas também desfrutar a vida”. A higiene do sono é, pois, fundamental independentemente de sofrermos ou não de alguma patologia.

 

“Durma bem, Desfrute a vida” é o mote da campanha promovida pela APS, tendo por base no tema definido pela World Sleep Society para 2017. Esta campanha pretende alertar para o impacto do sono na qualidade de vida. “Quando dormimos bem, conseguimos desfrutar de outras atividades fundamentais no nosso dia-a-dia, como trabalhar, estudar, brincar, conduzir ou namorar”, salienta o especialista do Centro de Medicina do Sono do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Pais impacientes, estudantes desatentos, acidentes de trabalho, condutores distraídos, casais desencontrados: o problema pode estar na má higiene do sono. “O sono, tão importante quanto a nutrição ou o exercício físico, tem impacto sobre todos os aspetos da vida e a sua má qualidade pode ser responsável pelo aparecimento de várias doenças orgânicas ou psicológicas”, alerta a APS neste Dia Mundial do Sono.

“Quando dormimos bem, conseguimos desfrutar de outras atividades fundamentais no nosso dia-a-dia, como trabalhar, estudar, brincar, conduzir ou namorar”

Os estudos mais recentes indicam que a maior parte dos portugueses dorme menos de 6 horas, que os problemas de sono afetam a qualidade de vida de mais de 45% da população e que 25% das pessoas sofre de insónia crónica. “Os portugueses deitam-se muito tarde, por um lado, porque trabalham até tarde e, por outro, porque as atividades recreativas ocupam também este período do dia”, explica Joaquim Moita. “Esta é, aliás, uma característica própria dos países do sul, mas com a particularidade de que os portugueses começam a trabalhar muito cedo e o mesmo acontece com os horários escolares”, acrescenta.

“Levantar e deitar sempre à mesma hora, seja qual for, e garantir uma boa exposição solar são as principais medidas para dormir bem”, afirma o especialista num alerta final para melhorar o panorama do sono em Portugal.

 

Portugueses gastaram 15 milhões de euros em medicamentos para dormir

Em 2016, a venda de medicamentos de venda livre para dormir quase duplicou em relação ao ano anterior. Os portugueses gastaram 15 milhões de euros em medicamentos para automedicação contra a insónia. O presidente da APS chama a atenção para este facto como um dos indicadores da má higiene do sono dos portugueses. “Estes fármacos são utilizados para as insónias e normalmente as insónias começam pelo facto da pessoa dormir pouco. Passado algum tempo desenvolvem uma insónia crónica, dificuldade em adormecer, um sono com pouca qualidade ou então o despertar precoce. E depois vem a solução dos fármacos para indução do sono”, esclarece Joaquim Moita. “Estes números são muito preocupantes: não só pela venda destes medicamentos em farmácias sem prescrição médica, pois muitos deles podem ser utilizados em situações transitórias de dificuldade em adormecer, mas exigem sempre vigilância médica; mas sobretudo porque alguns destes produtos são simples placebos, o que tem um efeito secundário gravíssimo, que é a pessoa acreditar que o medicamento vai resolver o problema da insónia que, pelo contrário, tende a perpetuar-se.”

 

Assista AQUI ao vídeo de sensibilização lançado pela APS para assinalar a efeméride mundial.