Área Reservada

Portugal está entre os países europeus com maior incidência de depressão

Portugal está entre os países europeus com maior incidência de depressão

No âmbito do Dia Mundial da Saúde que se assinala hoje, cujo tema é a depressão, Francisco Araújo, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), alerta que Portugal é um dos países da Europa com maior incidência desta condição, agravada nos últimos anos pela crise económica.  O especialista sublinha ainda que a depressão é frequentemente desvalorizada por médicos e doentes e que tem um papel relevante noutras doenças sistémicas. O profissional de saúde destaca ainda que as mulheres são mais propensas a este problema do que os homens.

«A depressão aumenta o risco de doenças cardiovasculares e vice-versa; cerca de um terço dos doentes que tiveram um enfarte têm depressão e esta aumenta o risco de mortalidade nos portadores de doenças cardiovasculares. A depressão faz com que as pessoas se mexam menos, ganhem peso, e cuidem menos de si, o que pode levar ao abandono da medicação» diz o especialista. Estamos habituados a ligar depressão à doença oncológica, uma vez que a grande maioria de pessoas que têm cancro, de uma forma ou de outra, passaram por um momento depressivo. «Já em algumas doenças crónicas este fator não é muito valorizado» constata Francisco Araújo. Um exemplo disto é interação entre depressão e diabetes, uma vez que é reconhecido que estas duas condições podem estar relacionadas. «A depressão aumenta o risco de aparecimento da diabetes por mecanismos diversos, como o aumento de níveis de cortisol e o aparecimento de depressão pode levar a um pior controlo metabólico no doente com diabetes já estabelecida».

«A depressão aumenta o risco de doenças cardiovasculares e vice-versa; cerca de um terço dos doentes que tiveram um enfarte têm depressão e esta aumenta o risco de mortalidade nos portadores de doenças cardiovasculares. A depressão faz com que as pessoas se mexam menos, ganhem peso, e cuidem menos de si, o que pode levar ao abandono da medicação» diz o especialista

Desta forma, é importante que tanto o doente como familiares e técnicos de saúde, estejam atentos a sinais de alarme, como as alterações no apetite, do  peso e do sono, a perda de interesse pelas atividades que antes lhe davam prazer… A depressão tem cura, quando devidamente reconhecida e tratada, e pode ajudar a controlar a outra doença crónica para a qual o doente procura ajuda médica.