Health Parliament Portugal: bases de dados e inovação em foco
Durante os últimos seis meses, 60 deputados, divididos em seis comissões, trabalharam em conjunto para poder idealizar uma série de recomendações que agora foram apresentadas. Na passada sexta-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, o tema rei foi a criação de uma base de dados única no país, mas também houve tempo para a inovação em saúde.
A proposta que mereceu destaque nesta edição do Health Parliament Portugal foi um modelo de cedência ou venda de dados em saúde, cujas receitas seriam depois usadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este sistema permitiria aos cidadãos partilharem os seus dados de saúde através de um consentimento informado. O objetivo da proposta seria legislar este sistema que se pretende que permita a implementação de iniciativas de promoção da literacia em saúde e uma organização dos sistemas mais efetiva.
Para além desta proposta, foram feitas mais algumas que merecem destaque. A intenção foi promover a inovação e o futuro da saúde em Portugal, e para isso foi proposto o desenvolvimento de um modelo, o inSNS, que vai avaliar “as barreiras aos cuidados de saúde possibilitando medir os recursos e ajustá-los à procura”. A criação do primeiro Título de Impacto Social em saúde mental é outra recomendação inovadora que pretende criar um consórcio de entidades que apostem em avaliar e financiar, de acordo com resultados, a intervenção em saúde mental.
Ainda nesta área, foi proposta a concretização da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica, até agora prevista em Resolução de Conselho de Ministros. Pretende-se que esta entidade desenvolva um demonstrador de inovação no SNS fomentando o investimento político e financeiro nesta área.
“Quero saber se alguns destes jovens querem vir trabalhar dentro do sistema porque nós precisamos de uma revolução ao nível operacional e das competências. Precisamos de pessoas mais novas para vir trabalhar com as mais velhas”
A sessão contou com a participação do Ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes e do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, e com a participação ‘virtual’ do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, através de uma mensagem em vídeo. A propósito da apresentação final das 58 recomendações do Health Parliament Portugal, referiu o Ministro da Saúde que “das várias recomendações feitas vamos ver quais são as cinco ou seis que estamos em condições de executar já. Quero saber se alguns destes jovens querem vir trabalhar dentro do sistema porque nós precisamos de uma revolução ao nível operacional e das competências. Precisamos de pessoas mais novas para vir trabalhar com as mais velhas”.
Portugal foi o terceiro país do mundo a acolher o Health Parliament, depois de ter passado por Bruxelas e pelo Reino Unido. Esta é uma iniciativa da Janssen Portugal, companhia farmacêutica do grupo Johnson & Johnson, do Expresso, da Microsoft e da Universidade Nova de Lisboa, e conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República.