Maior estudo mundial sobre a doença de Alzheimer revela que 79% dos inquiridos aceitariam participar em projetos de investigação
79% dos inquiridos estão disponíveis para participar em projetos de investigação médica, mas apenas 25% sabem como fazê-lo, foram estes os resultados do maior estudo realizado sobre a perceção da doença de Alzheimer cujo objetivo passava por esclarecer a população sobre como participar em ensaios clínicos para melhorar a investigação.
O estudo da responsabilidade da Novartis, Amgen e Banner Alzheimer’s Institute (BAI), em colaboração com a Alzheimer’s Disease International (ADI), que envolveu mais de 10 mil pessoas de 10 países, revelou ainda que 62% dos inquiridos tem medo de vir a desenvolver a doença e 60% acredita numa cura ainda durante a sua vida. Outros dados indicam também que 91% das pessoas acredita que a solução para as doenças está na investigação médica e 78% revelaram estar dispostos a fazer o teste genético para avaliar o risco de desenvolvimento de Alzheimer.
“Os resultados deste estudo demonstram claramente a necessidade de aumentar a consciencialização para os ensaios clínicos que decorrem em todo o mundo”, refere Pierre N. Tariot, diretor do BAI e codiretor da Iniciativa de Prevenção do Alzheimer (API). “Além do financiamento, o maior desafio de encontrar uma maneira de tratar, retardar ou prevenir o Alzheimer é o recrutamento e a retenção dos participantes no estudo. Os investigadores estão a fazer um grande progresso na luta contra esta doença, mas estima-se que 80% dos estudos não cumprem as metas de recrutamento a tempo, o que atrasa a investigação”.
“Ajudamos pessoas com doenças neurológicas há mais de 70 anos e acreditamos que o foco na prevenção é vital para salvaguardar as gerações futuras”, afirma John Tsai, Global Head Drug Development e Chief Medical Officer da Novartis. “Este estudo realça a importância de uma maior sensibilização junto da população e a necessidade de apoio para tratar estes doentes. Queremos garantir que as pessoas têm conhecimento dos ensaios clínicos desenvolvidos nesta área, de forma a estarem bem informadas para que possam tomar decisões conscientes e para que, juntos, possamos reimaginar os cuidados da doença de Alzheimer no futuro.”
A doença de Alzheimer é a principal causa de demência em todo o mundo, afetando 50 milhões de pessoas, um número que se espera que triplique até 2050. “Atualmente não existe uma cura para a doença e as opções de tratamento são ainda limitadas, mas este estudo mostra claramente que as pessoas estão dispostas a participar em projetos de investigação, o que pode vir a alterar este cenário”, revela Paola Barbarino, CEO da ADI. “É preciso desmistificar e remover as barreiras de consciencialização referentes à participação na investigação médica, explicando a todos os candidatos como podem envolver-se.”
Em todo o mundo, mais de 400 ensaios clínicos estão a recrutar voluntários com Alzheimer. No entanto, a morosidade do processo de inscrição é um problema frequente e dispendioso que compromete a investigação. É preciso que as pessoas se voluntariarem para que se possa avançar na descoberta científica.