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União das Associações das Doenças Raras considera 2024 um ano decisivo para as doenças raras

União das Associações das Doenças Raras considera 2024 um ano decisivo para as doenças raras

Prevê-se que 2024 seja um ano positivo na área das doenças raras, na visão do presidente da União das Associações das Doenças Raras (RD-Portugal). Paulo Gonçalves afirma que, desde a fundação da RD-Portugal (2021), tem vindo a ser notória a notabilidade da associação federativa e uma maior coligação entre associações de doenças raras nacionais e internacionais, bem como as reivindicações relacionadas com um conjunto de ações que a RD-Portugal quer ver implementadas. Estas ações têm como finalidade diminuir a iniquidade de acesso a doentes raros a serviços essenciais com vista a melhorar a qualidade de vida da pessoa com doença rara, sendo o Grupo de Trabalho para a elaboração de um Plano Nacional Intersectorial para as Doenças Raras e o Registo Nacional das Doenças Raras um dos expoentes dessa mudança e desse desenvolvimento.

Não estando para já concluído o Plano Nacional Intersectorial para as Doenças Raras, Paulo Gonçalves considera premente a sua construção a partir do Grupo de Trabalho criado para o efeito, e do qual a RD-Portugal faz parte, sublinhando que a “sua elaboração convoca um número vasto de entidades necessárias, nomeadamente os ministérios da Economia, da Saúde, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, do Ensino Superior e da Educação”. Tratam-se de áreas de atuação que se interligam com os princípios de responsabilidade que a RD-Portugal concentra e que tem procurado desenvolver por meio de projetos que decorrem ao longo do ano, particularmente no eixo social, como são exemplos o “Informar sem Dramatizar”, o “CUIDARaro” e o “Roadshow”. “O que se tem tentado fazer é iniciar com projetos para demonstrar na prática aquilo que nós queremos, por um lado, e aquilo que exigimos que seja feito com o Estado, pelo outro”, considera o presidente da RD-Portugal.

Neste âmbito, está a decorrer hoje, dia 29 de janeiro, na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, o Fórum denominado “Doenças Raras: da estratégia à pessoa” que pretende promover discussões públicas que demonstrem em parte o que tem vindo a ser concretizado pelo Grupo de Trabalho.

Ao nível do avanço do Registo Nacional de Doenças Raras, sistema que está em implementação em alguns hospitais públicos e entidades privadas, Paulo Gonçalves atribui uma importância “crítica” a este método por alavancar o conhecimento e a investigação das doenças raras, explicando que o registo “não pode ser desgarrado do Serviço Nacional de Saúde”. E considera ainda que o que se pretende é um registo nacional de saúde para todos os cidadãos que permita estratificar a informação relativa a cada pessoa, particularmente se padece de alguma doença crónica, direcionada para estudos e ensaios clínicos.

Para concluir, relativamente à acessibilidade aos medicamentos órfãos por parte das pessoas com doença rara, refere que os medicamentos mais recentes e mais eficazes são extremamente caros, pelo que o Estado tem que garantir que são bem distribuídos pelas famílias. Além disso, expõe que a investigação e a produção de novos medicamentos é, também, muito cara. “Aproximadamente 5% das doenças raras têm tratamento específico, enquanto que as outras não têm medicação. Não havendo medicação específica, a solução passa por mitigar os sintomas com um medicamento genericamente prescrito para o efeito”.