Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo lança ação de sensibilização ‘De Sol a SOL’
Dando continuidade ao Dia do Cancro da Pele que decorreu a 19 de maio, a Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo lança agora a campanha “De Sol a Sol”. Integrada num programa mais vasto de iniciativas, esta campanha tem como objetivo alertar para os risco da exposição solar excessiva decorrente de atividades profissionais no exterior, comunicar formas de prevenir o cancro da pele e incentivar o seu diagnóstico precoce. Como o risco não dá folga a quem trabalha ao Sol, a associação irá estar em diferentes locais para alertar para esta patologia. A Feira Nacional de Agricultura 2021 será a primeira paragem.
‘De Sol a Sol’ é o mote desta campanha que envolve a Dermatologia Nacional e que visa sensibilizar para os cancros da pele. Além do melanoma maligno, salientam-se os cancros da pele não melanoma (carcinoma espinocelular e o carcinoma basocelular). Com uma prevalência estimada de 370.000 casos/ano em Portugal, são responsáveis por cerca de 200 mortes anuais.
As atividades profissionais de exterior, como a agricultura, estão associadas à exposição mantida a doses muito elevadas de radiação UV. Mudando comportamentos simples diários podemos prevenir a ocorrência de número significativo de cancros da pele. Para isso temos que vencer a inercia que separa “o que eu sei ser correto” do “o que eu faço”. Estudo realizado pela Associação mostra que 80% dos agricultores sabem que a radiação UV é um fator de risco para o cancro da pele. Quando questionado cerca de metade refere aplicar protetor solar na praia, mas só 15% o fazem durante a sua atividade profissional, “esquecendo que o Sol é o mesmo”. Igualmente insuficiente é a referência a utilização de chapéu e de roupa protetora por 46% e 22% dos agricultores inquiridos, respetivamente. Em relação com este comportamento, surgem os números preocupantes de queimadura solares (27% dos agricultores inquiridos referem queimaduras solares no último ano, metade dos quais com 3 ou mais episódios).
Para João Maia e Silva, Presidente da APCC, “Cuidados como a utilização de chapéu de abas largas, que faça sombra sobre as orelhas e nariz, e camisola de manga comprida reduzem significativamente a dose de radiação UV a que estamos expostos. Atualmente, não existe razão para não o fazer atendendo aos tecidos mais leves e com proteção solar. Um agricultor deve usá-los como um operário da construção civil deve usar capacete”.
João Maia e Silva acrescenta ainda que, “Com este tipo de ações fazemos cumprir a nossa missão de alertar para a prevenção dos diferentes tipos de cancro de pele, cuja incidência é maior em trabalhadores que exercem a sua atividade ao sol durante grande parte do ano, como é o caso dos agricultores, pescadores, construção civil e outros. Queremos alertar para a necessidade de prevenção e também de deteção precoce de sinais que possam revelar esta patologia oncológica”.
Atualmente, entre 2 e 3 milhões de cancros de pele não melanoma são detetados todos os anos a nível mundial, ou seja, um em cada três cancros diagnosticados é um cancro de pele. Zonas como as orelhas, rosto, e antebraços são especialmente afetadas, aparecendo com maior incidência nos homens.
A maioria dos cancros da pele são curáveis se diagnosticados precocemente. Dados recentes mostram que 48% dos agricultores já fazem autoexame da pele. A realização do autoexame seguida da marcação rápida de consulta de Dermatologia em caso de uma lesão suspeita são determinantes para a cura.
Com esta iniciativa espera-se aumentar o conhecimento sobre esta patologia junto destes trabalhadores cujo risco não dá folga a quem trabalha ao sol.