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Sociedade Portuguesa de Pneumologia assina protocolo de colaboração com Associação Portuguesa de Neuromusculares

Sociedade Portuguesa de Pneumologia assina protocolo de colaboração com Associação Portuguesa de Neuromusculares

No âmbito do Dia Mundial das Doenças Raras, que se assinala a 28 de fevereiro, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia anunciou a criação de um protocolo de parceria entre a sociedade científica e a APN – Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN).

“Este é um protocolo de colaboração técnica, científica e humana e que tem como principal objetivo a agregação de profissionais de saúde, doentes, famílias e cuidadores contribuindo, desta forma, para a melhoria dos cuidados de saúde prestados, com um maior foco nos doentes”, explicam Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira, da SPP. Para as médicas pneumologistas, “esta parceria vai enriquecer os profissionais de ambas as instituições. Vai permitir a partilha de conhecimentos e reforçar a cooperação interdisciplinar, contribuindo para a divulgação das doenças neuromusculares e dos cuidados respiratórios associados. Além disso, vai ser importante para identificar as principais dificuldades e desafios sentidos pelos doentes, familiares e cuidadores, permitindo assim definir outcomes significativos para os doentes e reforçar medidas de advocacia em termos de políticas de saúde. Outra mais-valia desta parceria é também a melhoria da comunicação entre as várias instituições, facilitando, por exemplo, a inclusão de doentes em projetos de investigação científica e ensaios clínicos com tratamentos inovadores a decorrer para algumas patologias”.

As doenças neuromusculares são um grupo muito variado de patologias e correspondem, no seu global, ao grupo mais frequente de doenças raras. Afetam a sensibilidade e força muscular e também os músculos da respiração, daí a importância do envolvimento da Pneumologia – sendo esta a especialidade responsável pelo seguimento dos doentes neuromusculares com possibilidade de envolvimento respiratório.

A Pneumologia tem, por isso, “um papel fundamental no diagnóstico precoce do atingimento respiratório e respetivo início de ventilação ou outros cuidados respiratórios associados, melhorando assim o prognóstico associado à falência respiratória/ventilatória. É também fulcral no seguimento dos doentes e cuidadores – que necessita de ser próximo e frequente – incluindo capacitação para a doença e ensino sobre técnicas, equipamentos e produtos de apoio. Além disso, sendo a falência respiratória a principal causa de morte destes doentes, tem também um papel fundamental na estratégia ventilatória e na otimização dos restantes cuidados associados, nomeadamente equipamentos e terapias para melhorar a capacidade de tosse e remoção de expetoração e, consequentemente, diminuir as infeções respiratórias” referem Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira.

É então perante este contexto, e no seguimento de algumas atividades que a Comissão de Trabalho de Ventilação Domiciliária da SPP tem já vindo a desenvolver com a APN – e que têm como objetivos a aproximação entre a comunidade científica e as associações de doentes; a divulgação das doenças nas quais a ventilação e os cuidados respiratórios associados são parte integrante do plano de cuidados e a consciencialização da sociedade para as necessidades sentidas pelas pessoas afetadas com estas doenças, seus familiares e cuidadores – que surge este protocolo de parceria.

O protocolo entre as duas entidades vai ser assinado no dia 28 de fevereiro, pelas 10h30, no Hotel NH Porto Jardim, durante a realização de uma mesa redonda sobre o tema “Cuidados centrados no doente: os benefícios das parcerias entre sociedades científicas e associações de doentes”. 

Com moderação da CT de Ventilação Domiciliária da SPP, representada por Carla Ribeiro e Ana Luísa Vieira, esta mesa redonda vai agregar profissionais de saúde, doentes, famílias e cuidadores. António Morais, presidente da SPP, Ana Isabel Gonçalves, vice-presidente da APN, Carlos Robalo Cordeiro, presidente da European Respiratory Society (ERS),  Courtney Coleman, da European Lung Foundation (ELF), Isabel Saraiva, presidente da Associação Respira e Teresa Moreira, da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) são os principais intervenientes nesta sessão.