TEV em contexto hospitalar: problema de saúde pública emergente?

Os doentes com cancro apresentam um risco aumentado de desenvolvimento de tromboembolismo venoso (TEV) em relação à população em geral, aumento de risco esse bastante significativo, calculado entre 2 a 6 vezes superior. O desenvolvimento da trombose venosa tem um impacto significativo na qualidade de vida, prognóstico e capacidade de cumprir o plano de tratamento mais eficaz do doente oncológico.
O risco de desenvolvimento de TEV varia de acordo com o tipo de cancro, as características do próprio doente e os tratamentos em curso. Um dos fatores que claramente contribui para esse aumento de risco é o internamento hospitalar. Porquê? Porque quando o doente com cancro está internado a sua mobilidade encontra-se reduzida, para além de que os próprios motivos que conduziram ao internamento (como a realização de um procedimento cirúrgico ou o surgimento de uma infeção grave) podem aumentar a probabilidade trombose venosa.

O risco de desenvolvimento de TEV varia de acordo com o tipo de cancro, as características do próprio doente e os tratamentos em curso. Um dos fatores que claramente contribui para esse aumento de risco é o internamento hospitalar

As recomendações nacionais e internacionais para a prevenção de TEV no doente com cancro propõem por isso que, em todos os doentes com cancro internados para a realização de um ato cirúrgico, devam ser ponderados tratamentos preventivos com heparinas de baixo peso molecular (fármacos habitualmente administrados sob a forma de uma injeção subcutânea diária) por alguns dias ou semanas de acordo com o tipo de cirurgia. Para além disso em todos os doentes com cancro internados por outras causas que não a cirurgia também deve ser considerada a prescrição desta mesma injeção diária preventiva. O objetivo é proteger os doentes com cancro do desenvolvimento de uma trombose venosa durante o internamento e nos dias seguintes à alta hospitalar, melhorando indiretamente a eficácia dos tratamentos para o cancro e diminuindo a despesa global do Serviço Nacional de Saúde.

 

Opinião de Miguel Barbosa
Oncologista do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro

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