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Especial Eutanásia: Perspetiva de uma paliativista

Especial Eutanásia: Perspetiva de uma paliativista

No âmbito da nova discussão sobre a despenalização da eutanásia, o Raio-X tem vindo a recolher algumas opiniões médicas sobre o assunto. Aqui fica a visão de Isabel Galriça Neto, coordenadora da Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos do Hospital da Luz.

“Sou contra a eutanásia porque não resolve o problema do sofrimento em fim de vida, porque não é um ato médico e porque não torna a vida mais digna. Não é uma atitude moderna ou solidária. É sim, uma ameaça para os mais vulneráveis, nomeadamente as pessoas doentes, as pessoas com deficiência e os idosos.

A eutanásia é um engano sobre as liberdades individuais e um prejuízo para o bem comum.

Não se podem criar ilusões de que só serão eutanasiados os casos excepcionais, quando sabemos que em países como a Bélgica ou a Holanda, leis semelhantes atingem muito mais do que doentes terminais. Em Portugal assistiríamos, anualmente, a milhares de casos. É preciso falar disso.

O sofrimento em fim de vida, dito insuportável, não é aceitável e é tratável, através de cuidados de saúde específicos para a pessoa doente e sua família, os Cuidados Paliativos. É retrógrado e desumano considerar que para eliminar o sofrimento deve eliminar-se a vida do que sofre.

Legalizar a eutanásia é atentar contra os Direitos Humanos e a Dignidade. Seria errado, por princípio, e muito grave pelos resultados.”

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