A humanização dos cuidados é inerente à atividade do enfermeiro

Nos passados dias 22 e 23 de maio o Conselho de Enfermagem da José de Mello Saúde e a Academia CUF organizaram, em Lisboa, o II Congresso Internacional de Enfermagem, no qual estiveram presentes mais de 300 participantes. A abordagem do doente crítico foi o tema eleito para esta edição do Congresso, onde não faltou o debate sobre a humanização dos cuidados e a gestão das situações de luto. O Raio-X falou com Fátima Faria, presidente do Conselho de Enfermagem da José de Mello Saúde.

A abordagem do doente crítico envolve uma equipa multidisciplinar, na qual não pode faltar a enfermagem. “Por norma, temos espaços destinados a doentes que apresentam estes quadros mais graves e que, a qualquer momento, podem sofrer um agravamento do seu estado de saúde, ficando numa situação entre a vida e a morte”, descreve Fátima Faria. Nestes doentes críticos, “o papel do enfermeiro vai muito além da monitorização durante as 24 horas porque há toda uma componente de humanização, quer para com o doente que, mesmo estando inconsciente, sente o nosso toque, ouve as nossas palavras, quer para com os familiares que estão numa situação de angustia e sofrimento”, refere a presidente do Conselho de Enfermagem. O enfermeiro é, na perspetiva de Fátima Faria, um elo muito valorizado pelos familiares e no qual é depositada uma grande confiança, sobretudo nesta componente do cuidar.

“O papel do enfermeiro vai muito além da monitorização durante as 24 horas porque há toda uma componente de humanização, quer para com o doente que, mesmo estando inconsciente, sente o nosso toque, ouve as nossas palavras, quer para com os familiares que estão numa situação de angustia e sofrimento”

“Obviamente que todos nós temos de estar dotados de toda a vertente técnica sem a qual não podemos exercer a nossa atividade, mas o facto de estarmos 24 horas com o doente cria uma proximidade que por vezes não é criada com os médicos. No fundo, esta humanização é inerente ao enfermeiro e passa pela capacidade que o enfermeiro tem de se relacionar e de se aproximar dos doentes e familiares”, sublinha. “Quando nos aproximamos dos familiares acabamos por conhecer melhor a história do doente e só dessa forma conseguiremos criar laços para humanizar os cuidados”.

No que respeita à perda de um doente – tema também abordado neste Congresso, Fátima Faria refere que, de facto, “continua a haver uma grande frustração sempre que um doente morre. Mesmo sabendo que fizemos tudo o que podíamos ter feito, sentimos sempre uma grande frustração”. Também aqui, cabe ao enfermeiro confortar a família e dar apoio no luto, contudo, “também nós temos de gerir o nosso luto e nestas horas temos de nos apoiar uns aos outros”.

É também nesse contexto de humanização que surge o movimento Cuidar Mais, criado no Grupo José de Mello Saúde com o fim “de cuidarmos de quem nos inspira. E quem nos inspira são os doentes, os seus familiares, mas também os colegas que trabalham lado a lado connosco, nos sucessos e nestas horas mais difíceis”.

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