Especial Eutanásia: Perspetiva de um urologista
Arnaldo Figueiredo, diretor do Serviço de Urologia e Transplantação Renal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, partilha a sua opinião sobre a eutanásia, tema que estará amanhã em discussão no Parlamento.
“À primeira vista, “morte medicamente assistida” parece querer referir-se à impotência da Medicina em salvar alguém – uma pessoa morreu apesar de estar a ser medicamente assistida. Mas claro que não é isso que se está a discutir. E também não se trata de discutir a interrupção de um processo de encarniçamento terapêutico perante alguém com uma doença incurável, matéria que sem dúvida não justifica discussão.
“Morte medicamente assistida” é, aqui, um eufemismo para “morte medicamente induzida”. Procura-se assim mitigar (evitar) a crueza da realidade – a de a medicina (um médico?) matar ou ajudar alguém a matar-se. Mesmo para quem crê na bondade de tal processo, é difícil chamar a coisa pelo nome. Compreendo.”
Veja outras opiniões sobre o tema:
- Isabel Galriça Neto, paliativista
- Maria João Quadrado, oftalmologista
- Filipe Froes, pneumologista
- Luís Cunha Miranda, reumatologista