Petição que pede inclusão da vacina contra a Zona no Programa Nacional de Vacinação ultrapassa mil assinaturas e segue para a Assembleia da República
A petição que pede a inclusão da vacina contra a Zona no Programa Nacional de Vacinação (PNV) ultrapassou as mil assinaturas e será agora enviada para a Assembleia da República. A iniciativa, que tem como rosto principal Francisco George, médico, profundo conhecedor do panorama da saúde pública nacional e primeiro signatário da petição, reúne o apoio de três sociedades científicas e cinco associações de pessoas com doença, num consenso técnico e social que legitima a urgência da medida e apela à proteção contra uma doença que pode afetar 1 em cada 3 pessoas.
“A inclusão da vacina contra a Zona no Programa Nacional de Vacinação é uma medida de justiça sanitária e de responsabilidade pública. Não podemos continuar a ignorar uma doença que afeta milhares de portugueses e cuja prevenção está cientificamente comprovada”, afirma Francisco George, médico, que subscreve agora esta petição.
A mobilização, que une a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo e a Sociedade Portuguesa de Pneumologia às associações PSOPortugal, Respira – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas, Associação Portuguesa Contra a Leucemia, Liga Portuguesa Contra as Doenças Reumáticas e APIR – Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, demonstra o consenso científico e social associado a esta causa.
O apoio de mais de mil cidadãos legitima a urgência da medida, sobretudo quando 13 países europeus já incluíram esta vacina nos seus calendários vacinais, enquanto Portugal mantém esta prevenção como um privilégio disponível apenas a quem o pode pagar – atualmente sem qualquer comparticipação, a vacinação contra a Zona representa um encargo para o utente correspondente a cerca de 70% do indexante dos apoios sociais.
Em apenas um ano, entre julho de 2023 e junho de 2024, 62.985 adultos foram diagnosticados com Zona e necessitaram de cuidados de saúde na sequência deste problema, associado a um elevado impacto na qualidade de vida devido à dor intensa que provoca, podendo mesmo levar à perda de visão e a dificuldades motoras.
Além do impacto na saúde, um episódio de Zona acarreta ainda um ónus económico para o Serviço Nacional de Saúde: estima-se que o custo anual da doença chegue aos 10,2 milhões de euros, incluindo custos diretos (7,2 milhões) e indiretos, como o absentismo laboral, associado a um impacto superior a 2,4 milhões de euros por ano.
Custos que podem ser evitados graças à vacina, que está comprovada cientificamente e cuja proteção é eficaz por mais de 11 anos.